por Paula Coredeiro, in Diário de Notícias
Quem tiver menos de 1500 euros, em média, no banco paga 60 euros por ano. Isenções são cada vez menos.
Quem não tem conta ordenado ou tiver um património financeiro mensal inferior a 1500 euros, arrisca-se a pagar 60 euros por ano de despesas de manutenção da conta à ordem.
Os bancos estão a limitar as isenções de encargos apenas aos clientes que acedam àquele tipo de conta, que oferece um descoberto bancário que se traduz, na prática, na duplicação do valor do vencimento, cuja utilização implica o pagamento de juros.
Desde meados do ano passado, os bancos começaram a promover estas contas como as únicas a isentar de despesas de manutenção. Agora foi a vez de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) impor no seu preçário que a isenção destes encargos, para quem não tiver conta ordenado, só se aplica a quem tiver um saldo médio trimestral superior a 2500 euros. O banco público reviu o seu preçário no dia 1 de Junho, sendo esta um das suas principais alterações. Também o Millennium bcp alterou o seu preçário nesta data, apesar de manter os critérios em relação às contas ordenado.
Este tipo de conta à ordem apresenta como principal vantagem a possibilidade de o seu utilizador recorrer a um crédito imediato, normalmente correspondente ao valor do seu salário. Estes créditos apresentam taxas de juro normalmente elevadas, acima dos 25% anuais, uma vez que são equiparados aos créditos pessoais.
No caso da Caixa todas as contas à ordem passam a apresentar despesas de manutenção se não forem contas ordenado ou se o cliente não tiver património financeiro ou saldo médio trimestral superior a 2500 euros. Se o saldo for inferior a mil euros, o cliente pagará 14,50 euros trimestralmente.
À semelhança do que acontece com a maior parte dos bancos, o Millennium bcp apresenta um leque de contas bancárias específicas que isentam de despesas de manutenção. Caso o cliente não preencha nenhuma daquelas condições, só tem isenção se tiver conta ordenado, menos de 23 anos, património superior a 7500 euros ou saldo médio não inferior a três mil euros. Caso contrário, pode chegar a pagar 15 euros por trimestre.
No Banco BPI, a situação é praticamente idêntica. Só com conta ordenado ou saldo médio de mil euros, crédito à habitação no BPI, PPR ou idade inferior a 26 anos não se paga despesas de manutenção. Se não, paga 15 euros por trimestre.
No caso do BES, as contas BES 100% isentam de despesas, mas implicam um grande envolvimento comercial com o banco. Se esta relação comercial for inferior a 1500 euros (total de recursos e aplicações), o cliente paga 15 euros por trimestre.
Também o Santander Totta cobra 15,70 euros a quem tiver um saldo médio trimestral inferior a 1500 euros, apesar de este banco disponibilizar igualmente um vasto conjunto de contas à ordem específicas com isenções de despesas.