in Jornal de Notícias
A única opção para restaurar competitividade e crescimento na periferia da zona euro é "abandonar o euro, regressar às moedas nacionais e conseguir uma maciça desvalorização nominal e real", considerou o economista Nouriel Roubini num artigo no "Financial Times".
Num artigo publicado pelo jornal britânico, com o título de "A zona euro encaminha-se para a separação", o professor da Universidade de Nova Iorque explica que a desvalorização do euro face ao dólar, a aplicação de reformas para aumentar a produtividade (o "caminho alemão") e a deflação são opções "pouco prováveis".
Como tal, "só há apenas uma outra maneira de restaurar a competitividade e o crescimento na periferia": a saída do euro e o regresso às divisas nacionais no caso dos países periféricos da zona euro, leia-se Grécia, Irlanda e Portugal.
Essa ideia, segundo Roubini, pode parecer hoje "inconcebível, mesmo em Atenas e Lisboa", mas, refere o agora apelidado de "Doutor Realista" pela CNBC , "cenários que parecem hoje inconcebíveis podem não ser tão descabidos daqui a cinco anos, especialmente se algumas das economias periféricas estagnarem".
A reestruturação da dívida "vai acontecer", garante Roubini, que diz que a questão é apenas "quando (mais cedo ou mais tarde) e como (de forma ordenada ou desordenada)", algo que, ainda assim, "não vai ser suficiente para restaurar a competitividade e crescimento".
Se tal não vier a suceder, "os benefícios de (os países) se manterem (na zona euro) serão menores do que os benefícios de a abandonar, por muito atribulada e desordenada que essa saída venha a ser".