6.6.11

«O voluntariado é gratuidade e solidariedade»

Texto Lucília Oliveira, in Fátima Missionária

Voluntariado: «Trabalho que se realiza livremente, sem expectativa de remuneração económica, em benefício de alguém que não seja família imediata, sem ser pedido pelo Estado ou outras instituições públicas»

Na reflexão de Junho deste Calendário meditado, a partir de um pensamento de Fernando Pessoa, Ramón Cazallas aponta «algumas finalidades do serviço voluntário que impregnam a alma das pessoas que a ele querem dedicar parte da sua vida ou a vida inteira». O missionário da Consolata defende que o voluntariado é «o o tempo da travessia, de passar para a outra margem e abrir o coração para partilhar com os outros as riquezas que Deus nos deu».


Entre as características do voluntariado destaca o altruísmo, a solidariedade, a qualidade de vida, as convicções religiosas e uma melhoria das relações sociais. «É uma dedicação vivida na gratuidade absoluta», escreve a propósito do altruísmo. Mas voluntariado é mais que isto, é um trabalhar para os outros, com os outros «sentindo os seus problemas como próprios, promovendo acções para os solucionar e recolhendo os benefícios obtidos». Ajudar os outros faz com que o voluntário se sinta bem, refere o teólogo.


No trabalho voluntário, «a fé move os voluntários crentes». Este é um factor importante: «Quem acredita em Cristo tem motivações muito profundas que nascem do próprio baptismo e do mandamento do amor que está na raiz do ser cristão», diz Ramón Cazallas apontando exemplos como Santo Agostinho. Uma de entre muitas vantagens do voluntariado é o facto de permitir conhecer mais pessoas que têm interesses comuns.



O missionário da Consolata defende que, neste mês de Junho, há «duas festas que nos ajudam a crescer na solidariedade e na gratuidade». A primeira é a festa de Nossa Senhora da Consolata. «Ela foi consolada por Deus e ao mesmo tempo fez-se consoladora para todos os povos. Pura gratuidade da parte de Deus em relação a Maria, e pura gratuidade da parte de Maria que dedicou toda a sua existência para consolar os aflitos e os tristes com a mesma consolação com a qual ela foi consolada», lembra. A segunda festa é a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. «Deus faz-se pão partilhado para a vida do mundo. É para os cristãos o ideal e o ícone de se tornar pão para todos e alimento para todas as fomes que hoje vão aparecendo no mundo», conclui.