in Jornal de Notícias
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, fez, esta sexta-feira, um paralelo entre a situação do país e do sector, alertando que, mesmo com as medidas de austeridade, será obtido "ainda um agravamento" da dívida, salientando que este será "obviamente menor".
"Com todas as questões em termos de austeridade que nós temos, o país, o que é certo como todos sabem, é que mesmo assim antes de começar a descer a sua dívida pública vai aumentá-la", disse Paulo Macedo na sessão de encerramento do primeiro Fórum Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que hoje decorreu durante todo o dia no Porto.
O ministro da Saúde acrescentou: "Todas estas medidas de austeridade, face ao patamar em que estamos, não vai pôr-nos no 'superavit' nem ao abrigo de novas medidas de austeridade, mas apenas ainda para chegarmos a um nível de défice aceitável".
"Na Saúde, há aqui um paralelo exacto: com todas estas medidas extremamente exigentes, que são duras, o que nós vamos obter, mesmo assim, ainda é um agravamento, obviamente menor, mas um conjunto de dívidas que vão crescer, um conjunto de situações dos hospitais empresa que vão acumular mais prejuízos", alertou.
O ministro da Saúde lançou assim uma questão: "Portugal atravessa uma enorme crise que o colocou numa situação particularmente delicada. Todos o sabemos, mas será que se terão apercebido da verdadeira gravidade da situação?".
Mais do que "chamar a atenção para os números", Paulo Macedo considerou que "vale a pena ver qual vai ser a evolução destes números que existem hoje".
"Com as reduções de despesa anunciadas, com as intenções e metas propostas difíceis, bastante exigentes, com dificuldades partilhadas aos diferentes setores da saúde (...) mesmo assim desafiava-vos a pensarem um pouco como é que os números estão a evoluir", acrescentou.
Para o ministro, há uma evidência: "Mesmo com todos os sacrifícios, temos uma situação na Saúde idêntica à do país: vão se agravar" [os números].