Por Tiago Figueiredo Silva, in Dinheiro Vivo
Para o governador do Banco de Portugal a crise que o país atravessa é o resultado de uma política de endividamento seguida por particulares, empresas e o próprio Estado.
"A crise portuguesa é o reflexo do endividamento do estado, das empresas e das famílias, verificado na última década e que é reflexo do ambiente económico e financeiro internacional. Também beneficiamos da adesão à comunidade europeia", afirmou Carlos Costa, no IV Congresso da Ordem dos Economistas.
Para o governador, "esta não era uma trajectória que se poderia manter. Ou a economia crescia ou tínhamos um problema. No entanto, a nossa poupança interna caiu e a nossa alocação de recursos não foi a melhor, tivemos a investir e não recebemos o retorno desse investimento".
Relativamente à necessidade da banca ter de reforçar o capital, Carlos Costa adiantou que "o que temos pela frente é a solicitação do mercado para o sector financeiro reforçar capitais para responder ao risco soberano".
Carlos Costa defendeu ainda que "só o sistema político pode retirar a incerteza. Dívida pública e soberana não pode entrar em incumprimento. É preciso que os politicos se coloquem à frente da curva e não atrás dela. Isto não passa sem uma clarificação dos instrumentos que anule o risco".
O governador do Banco de Portugal agurmentou ainda que "não basta pedir o aumento do fundo de resgate, é preciso cumprir as regras".