in Jornal de Notícias
O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, exortou os investidores a aproveitarem as oportunidades e desafios apesar da "situação económica delicada" do país, considerando que os seus receios são na generalidade "infundados".
"Hoje, como há 100 anos, vivemos em Portugal em situação económica delicada, propícia a receios, na generalidade infundados, por parte dos investidores", afirmou o chefe de Estado, numa intervenção no jantar comemorativo do centenário da presença do Grupo Bosch em Portugal, que decorreu num hotel em Lisboa.
C ontudo, acrescentou, hoje, como há 100 anos atrás, existem "oportunidades e desafios que devem e que merecem ser aproveitados".
Apontando precisamente a Bosch como um "caso de sucesso" e um exemplo que deve ser "exaltado e dado a conhecer" não só em Portugal, como no estrangeiro, o chefe de Estado recordou a forma como o Grupo Bosch chegou a Portugal em 1911, pela mão de Roberto Cudell, que estabeleceu no Porto o seu primeiro entreposto comercial em Portugal.
"Vivia-se então um conturbado período político, económico e social, um período de mudança de regime e de afirmação da recém-nascida República Portuguesa, circunstâncias que não inibiram a iniciativa empreendedora do seu promotor", lembrou Cavaco Silva na sua intervenção, que foi divulgada no 'site' da Presidência da República, apesar da realização do jantar não ter sido anunciada publicamente.
Hoje, passados 100 anos, continuou o presidente da República, o mérito da decisão pode ser confirmado e deve-se enaltecer as apostas do Grupo Bosch em Portugal, concretizadas na presença de seis empresas, quatro das quais de produção industrial, que empregam mais de 3500 pessoas e fabricam "bens transaccionáveis inovadores e de reconhecida qualidade".
"Com 90% da respectiva produção a ser destinada aos mercados externos, a Bosch/Portugal é, hoje, o nosso 4º maior exportador", frisou Cavaco Silva, destacando ainda a forma como a empresa tem participado de forma activa no reforço e na modernização do tecido industrial português e apontando como exemplo a evolução da fábrica de esquentadores inteligentes de Aveiro, a antiga "Vulcano", que hoje se posiciona como o maior fabricante europeu do segmento.
Cavaco Silva apontou ainda "a capacidade de manter um amplo conjunto de colaboradores informado, motivado e plenamente envolvido na procura de novas soluções para o funcionamento e para o futuro da empresa" como uma das razões fundamentais para o sucesso da Bosch, advogando igualmente a partilha de conhecimentos entre as empresas.
"Impõe-se que as empresas partilhem entre si conhecimentos e soluções e que intensifiquem o diálogo com as Universidades e os Centros de Investigação, nacionais e estrangeiros, sendo que, também neste particular, a Bosch protagoniza bons exemplos", defendeu.