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Recluso terá estado cerca de 24 horas sem receber assistência clínica.
O Observatório dos Direitos Humanos (ODH) denuncia um caso de ausência de assistência médica a um preso do Estabelecimento Prisional de Sintra.
O relatório, a que a agência Lusa teve acesso, foi elaborado na sequência de uma denúncia feita por um familiar do recluso, segundo a qual este terá estado cerca de 24 horas sem receber assistência clínica, "sem comer, e todo urinado, na cama da sua cela, apesar dos apelos dos seus companheiros de reclusão e as instância da denunciante".
"A conduta dos funcionários do estabelecimento prisional, mormente dos serviços clínicos e do pessoal clínico, ao não permitirem ao recluso o internamento e o acesso aos cuidados de saúde adequados, durante o fim de semana, constitui uma gravíssima violação do seu direito à protecção de saúde", afirma o Observatório dos Direitos Humanos (ODH).
O ODH sublinha também que o facto de terem deixado o recluso ao abandono, em condições pouco humanas, por um período de 24 horas, "constitui uma violação do direito à dignidade da pessoa humana e à integridade física e moral".
O recluso acabaria por ser encaminhado para o Hospital de Amadora-Sintra no dia 13 de Outubro passado.
Na denúncia, o familiar afirma também ter tido dificuldades na "obtenção de informações junto da assistente social e do próprio Estabelecimento Prisional", o que, segundo o Observatório, constitui uma "violação do direito do recluso de ser informado e esclarecido".
No documento, e após parecer, o Observatório sublinha que, no ordenamento jurídico português, os reclusos mantêm a "titularidade dos seus direitos fundamentais", incluindo o direito à saúde, à integridade física e à dignidade.
"Na situação em apreço, o ODH concluiu que esses direitos foram gravemente violados, recomendando que não haja obstáculo procedimental ao internamento hospitalar de reclusos durante os fins de semana, em caso de necessidade", refere o documento.
No dia 30 de Março deste ano, o Observatório dos Direitos Humanos já tinha alertado para violação dos direitos dos reclusos, mas no Estabelecimento Prisional de Vale dos Judeus, no distrito de Évora.
A agência Lusa tentou questionar telefonicamente a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas até ao momento ainda não foi possível.