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O projecto Cria(c)tividade promovido pela Cáritas Portuguesa para ajudar a combater o problema do desemprego "excedeu as expectativas", conseguindo criar 24 microempresas e 48 postos de trabalho, avançou o presidente da instituição.
Preocupada com a questão do desemprego em Portugal, uma das principais causas de empobrecimento da população nos últimos seis anos, a Cáritas lançou este projecto, que termina na terça-feira, para apoiar "a autonomização financeira de pessoas que, em situação de desemprego ou de vulnerabilidade, pretendessem criar o seu próprio negócio".
Este apoio traduziu-se no aconselhamento e acompanhamento técnico das propostas apresentadas para a criação de novas empresas, mas também para ajudar pequenos negócios a ultrapassar situações económicas difíceis.
Ao longo dos 18 meses do projecto "Cria©tividade: O Franchising Social potenciado pelo Marketing Social" foram recebidas mais de um milhar de contactos/candidaturas.
Para o presidente da Cáritas Portuguesa, a iniciativa "excedeu as expectativas que estavam consignadas" ao criar mais empresas e empregos dos que estavam previstos.
Estava prevista a formação de dez negócios e foram criados 24, sustentou Eugénio Fonseca, comentando o número de empregos previstos (18) também foi largamente superado, atingindo os 48.
"Foi um projecto que não continha financiamento para a criação dos postos de trabalho, mas apenas para preparar os candidatos a empreendedores" na criação do seu próprio negócio, explicou, sublinhando que "algumas empresas conseguiram criar mais do que um posto de trabalho".
Mas os resultados podiam ser ainda melhores se os projectos que foram considerados válidos e estão prontos para arrancar conseguissem financiamento dos bancos através do microcrédito ou do crowfunding (financiamento colaborativo).
"As pessoas candidataram-se e ainda não conseguiram obter essas verbas para a criação dos postos de trabalho", lamentou Eugénio Fonseca, adiantando que o objectivo imediato é "resolver o problema destas 14 empresas que ainda estão para nascer e dos 32 postos de trabalho que podem surgir".
Entre os vários negócios em criação está uma empresa de venda de pastéis de nata de figo da índia em Idanha-a-Nova, uma loja de produtos gourmet em Portimão, uma empresa de serviços de limpeza e reparações em Lisboa e uma empresa de consultadoria em previsões meteorológicas para apoio à agricultura e às pescas em Serpa.
Para dinamizar estes negócios que "têm de ter nichos de mercado bem definidos", Eugénio Fonseca defendeu a criação de uma plataforma de comercialização que os tornasse competitivos nos mercados internacionais.
"Desejava muito que o próximo governo" criasse uma plataforma que agregasse estes micro-negócios e os tornasse "competitivas com outros mercados emergentes que colocam determinados produtos a preços muito mais baixos", acrescentou.
Os resultados do projecto, que teve o apoio da IPI Consulting Network e foi co-financiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica, vão ser apresentados na terça-feira numa cerimónia em Lisboa.