19.1.16

Exploração infantil no Congo alimenta gigantes mundiais da tecnologia

Sandra Salvado, in RTP

Há crianças que trabalham mais de 12 horas por dia nas minas do Congo, para ganhar entre um e dois dólares por dia. | Amnistia
Grandes empresas de tecnologia como a Apple, a Samsung ou a Sony, entre outras marcas mundiais, não estão a tomar as medidas necessárias para vedar os seus produtos ao minério de cobalto obtido na República Democrática do Congo com recurso trabalho infantil. É o que conclui um relatório difundido pela Amnistia Internacional.

“Cheguei a passar 24 horas seguidas nos túneis. Entrava de manhã e só saía na manhã seguinte. Tinha de fazer as necessidades lá em baixo. A minha mãe adotiva queria mandar-me para a escola, mas o meu pai adotivo era contra. Ele explorou-me obrigando-me a trabalhar na mina”, relatou Paul, um rapaz órfão de 14 anos que começou a trabalhar nas minas aos 12 anos de idade.
A República Democrática do Congo é a principal fornecedora mundial de minério de cobalto.
Este é apenas um dos testemunhos emocionados que foram transmitidos aos investigadores responsáveis pelo relatório com as chancelas da Amnistia Internacional e da Afrewatch.

As principais marcas de tecnologia internacionais estão a deixar de fazer verificações básicas para garantir que o cobalto extraído por crianças, na República Democrática do Congo (RDC), não seja usado nos seus produtos, nomeadamente baterias de telemóveis, de computadores portáteis e de carros elétricos, segundo as organizações de defesa dos Direitos Humanos.