Joana Petiz, in Diário de Notícias
Fórum Económico Mundial começa na quarta, na estância de luxo suíça. Os desafios de segurança estarão em primeiro plano.
Não podiam faltar a queda do preço do petróleo, o arrefecimento da China e o tímido crescimento médio de 4% esperado para este ano na reunião anual de Davos. Mas desta vez os 40 líderes mundiais e os bilionários que vão juntar-se na estância de esqui suíça entre quarta-feira e sábado vão ter pratos mais exóticos à mesa. Com a crise dos refugiados e o terrorismo em destaque. Por um lado, o problema humano que está a mudar a Europa; por outro, a grande ameaça que o mundo enfrenta e que tem estado cada vez mais perto da porta dos europeus.
Como podem as sociedades preparar-se para as rápidas e radicais mudanças que estamos a viver e que exigem um reforço sério na segurança? De que forma as novas tecnologias dificultam o combate ao terrorismo? Que intervenção deve ser feita para suavizar os desequilíbrios entre economias estagnadas e países prósperos para evitar a radicalização, os conflitos - e as suas principais vítimas, os refugiados? São estas e outras questões de segurança mundial que serão levadas a discussão este ano, no Fórum Económico Mundial, que contará com a presença do ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
O equilíbrio entre o combate sério ao terrorismo, cruzado com a melhor forma de lidar com a crise dos refugiados, será o tema de um debate que juntará governantes do Iraque, da Tunísia, do Mali, do Afeganistão, do Líbano e do Paquistão e ainda Federica Mogherini (comissária europeia para os Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança) e a rainha Rania da Jordânia.
5 curiosidades sobre Davos
Com o ataque ao Charlie Hebdo, em janeiro do ano passado, e os atentados que se seguiram em cidades europeias - só em Paris foram quatro num ano, morreram mais de 150 pessoas - ou tendo como alvo cidadãos europeus, a Europa foi forçada a encarar as questões de segurança como nunca até agora. Desde então, líderes como François Hollande e Angela Merkel declararam guerra ao Estado Islâmico, fizeram do terrorismo prioridade absoluta, mas não conseguiram controlar o crescimento de movimentos extremistas pela Europa. Nem evitar que a entrada dos milhares de refugiados que aqui chegaram, fugidos da guerra na Síria e dos países onde os jihadistas ganham força, fosse vista como uma ameaça. Procurar novas formas de lidar com uma realidade que transformou a forma de viver europeia é por isso também um objetivo de Davos.
No ano passado, os custos de segurança para o fórum ultrapassaram sete milhões de euros, tendo sido destacados cinco mil soldados para patrulhar a estância de luxo. Pela 46.ª edição passarão 2500 empresários e gestores de topo (incluindo Pedro Soares dos Santos e Henrique Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, e Ângelo Paupério, da Sonae) e 300 figuras públicas.