Nuno Guedes, in "TSF"
A Plataforma de Apoio aos Refugiados nasceu há 3 meses. Encontrou espaços e famílias para acolher 600 pessoas, mas tão cedo não devem chegar mais refugiados ao país.
O balanço é positivo, mas os responsáveis da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) admitem que existe hoje um sentimento de "frustração" nas famílias e instituições que ofereceram e reuniram condições para acolher quem procura refúgio na Europa.
Criada há 3 meses, a PAR rapidamente encontrou lugar para perto de 600 pessoas. O problema é que vários países da União Europeia não se entendem e Portugal apenas acolheu, até hoje, 24 refugiados, sendo que a plataforma só recebeu oito pessoas. Ao todo, o país podia receber cerca de 4.500 pessoas.
O coordenador da PAR, Rui Marques, admite que tão cedo Portugal não deverá receber mais refugiados, algo que é difícil de compreender tendo em conta a situação dramática que estes vivem.
Aos poucos, as instituições e pessoas que aceitaram ajudar os refugiados vão-se desmobilizando, numa que Rui Marques classifica como frustração. A PAR continua empenhada, mas assim é difícil manter o entusiasmo.
O responsável lamenta a paralisia da União Europeia e diz que cada dia que passa cria uma situação mais difícil, aumentando o caos, sendo que o caso da passagem de ano em Colónia, na Alemanha, complica ainda mais este cenário.
Apesar de o programa europeu de recolocação de refugiados continuar sem funcionar, há contudo uma notícia positiva nos resultados da ação da PAR que nos últimos 3 meses conseguiu recolher 206 mil euros. Dinheiro que foi entregue esta semana numa campanha de apoio aos refugiados a viver no Líbano.