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Estudo aponta para um crescimento do “cansaço extremo”, “aumento do cinismo” na relação com os colegas e um desligamento “afectivo-emocional em relação às tarefas e ao trabalho”.
Um inquérito a cinco mil portugueses mostra que o risco de esgotamento aumentou, que a exposição ao stress é maior e que mais de 87% não se sentem recompensados pelo seu trabalho.
A notícia do jornal “Público”, que cita dados recolhidos pelo Barómetro de Riscos Psicossociais 2014/2015, aponta para um crescimento do “cansaço extremo”, “aumento do cinismo” na relação com os colegas, um desligamento “afectivo-emocional em relação às tarefas e ao trabalho”.
De acordo com este inquérito, há cada vez mais trabalhadores esgotados, em risco de “burnout” - expressão usada para falar de “esgotamento”.
O número de portugueses activos com sintomas de esgotamento subiu em 2014/2015 para 17,3%.
Quase metade dos cinco mil trabalhadores inquiridos (48%) no Barómetro de Riscos Psicossociais 2014/2015 “estão submetidos a situações com elevado potencial de desenvolver burnout”, disse ao jornal João Paulo Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional.
Entre 2014 a 2015, foram inquiridas 4.729 pessoas, tendo em consideração três áreas dos sectores público e privado: Saúde, Educação e Serviços.
Os resultados “mostram uma evolução negativa na exposição aos factores de risco” — factores estes que vão da percepção do reconhecimento financeiro e social pelo trabalho, à sobrecarga de tarefas, para dar dois exemplos. Alguns dados: há mais situações de stress. Em 2013, eram relatadas por 62% dos inquiridos. “Neste momento temos 86,1%”, alerta João Paulo Pereira.
O sentimento de não reconhecimento também ganhou espaço. Passou dos 73% para os 87,41%.