in Correio da Manhã
A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, afirmou esta sexta-feira que "está tudo em aberto" nestas eleições e que "na imensa semana" que falta para a votação na primeira volta se vai bater para que uma surpresa possa acontecer. No comício que esta sexta-feira à noite em Aveiro, Marisa Matias trouxe para a agenda a questão da Segurança Social, advertindo que "um sistema para pobres será sempre um pobre sistema" e que a sua sustentabilidade é "determinada pela criação de emprego e não por nenhuma das outras narrativas". "Falta uma imensa semana para a votação da primeira volta. Está tudo em aberto. Eu nunca presumi nem vou presumir em momento nenhum aquela que é a vontade do povo português", garantiu Marisa Matias. A candidata presidencial apoiada pelo BE prometeu que se vai bater para que uma surpresa aconteça nestas eleições, havendo ainda uma semana "para mostrar que a esperança não morre em Belém". "Eu quero acreditar que nós podemos fazer desta semana mais um dos momentos marcantes das nossas vidas e seguramente um dos momentos que marcam a transformação que estamos a viver em Portugal", antecipou, prometendo que durante esta semana que falta recusará a fatalidade e a tristeza. Modelo de Solidariedade da Segurança Social Sobre a questão da Segurança Social, Marisa Matias considera que a Constituição obriga necessariamente à manutenção de um modelo de solidariedade não só social como geracional. "Tirar às pessoas com rendimentos mais elevados total ou parcialmente a sua contribuição e tirá-las do sistema significa criar um sistema de Segurança Social para pobres", criticou, considerando que este modelo "viola e de que maneira a Constituição da República". Segundo a candidata a Belém, em relação ao fator demográfico na Segurança Social tem-se assistido a uma tentativa de "gerar artificialmente um pânico absolutamente estapafúrdio simplesmente em nome de uma agenda ideológica", recorrendo a estudos da OCDE que colocam o sistema português entre os mais robustos. "Se for eleita Presidente da República combaterei sempre as campanhas de preconceito e de difamação que têm sido movidas contra prestações de combate à pobreza", assegurou. Apoio aos mais vulneráveis A pretendente a Belém aproveitou aliás este encadeamento de ideias para, sem nunca referir o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, mandar uma farpa ao seu opositor, garantindo que os seus primeiros gestos "são com as pessoas mais vulneráveis e com as que lutam mais". Voltando a um tema que esteve na ordem do dia, sobre a inclusão do Banif nas contas do défice de 2015, Marisa Matias considerou que "há limites para as arbitrariedades das instituições europeias" e que "o último e o primeiro desses limites se chama Presidente da República". "Se eu for eleita quero dizer que seja qual for o Governo contarão sempre comigo para fazer valer os direitos de quem cá vive", prometeu. Numa campanha que a própria admitiu ser "cheia de emoções", a candidata apoiada pelo BE partilhou com os presentes que foi durante a tarde de sexta-feira, em Aveiro, que ouviu "a frase mais chocante, mais dura de todas as frases": "quando uma senhora me disse que tinha medo de viver anos demais". "A austeridade é isto. Foram políticas concretas que tiveram consequências muito concretas na vida das pessoas", lamentou.