in Economia on-line
Em entrevista ao DN/TSF, Vieira da Silva diz que a subida das contribuições é sinal de que “o emprego está a crescer e os salários a melhorar”.
Vieira da Silva, ministro do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, desvendou números mais recentes sobre as contribuições dos portugueses para a Segurança Social.
“Eu tenho uma observação privilegiada, porque tenho a pasta da Segurança Social e do Trabalho, portanto acompanho todos os meses a evolução das contribuições para a segurança social e, nos dois últimos meses, elas cresceram mais de 7%, no último mês cresce 7,85%”, afirmou Vieira da Silva em entrevista ao DN/TSF.
Para o ministro, “isso é um sinal de que o emprego está a crescer e os salários a melhorar. É um sinal e isso já não acontecia há muitos anos. Este mês as contribuições cresceram 7,85%, o valor acumulado está em 6,2% e a estimativa orçamental era de 4,2%. Isto quer dizer que a massa salarial está a crescer a um ritmo que já não acontecia há muito tempo. Quando cresce a massa salarial cresce o emprego e os salários, ou uma coisa ou outra, neste caso são as duas em combinação”.
E que setores estão a puxar mais pela economia?
“Dizer que é este ou aquele setor que é responsável por este crescimento é uma informação distorcida, quer na indústria, quer nos serviços, quer no turismo, quer nas atividades sociais está a haver um crescimento do emprego, e ele tem esta consequência”, responde o ministro.
E a redução do desemprego não tem em parte a ver com as alterações no mercado de trabalho no tempo da troika? Este também é um tema que Vieira da Silva aborda na entrevista. Começa aparentemente por concordar: “Por alguns observadores tem sido dito que este crescimento do emprego tem a ver com alterações que foram provocadas no início da crise… O contrato de trabalho está hoje mais flexível depois da crise, é verdade.”
Mas entretanto vai à procura de números: “Eu aí gostava de dizer que essa é uma leitura completamente enviesada do que se está a passar na nossa economia. Não vou agora entrar na discussão das alterações que foram feitas no mercado de trabalho, mas o que é que quem as produziu esperava que acontecesse? Se nós olharmos para o Programa de Estabilidade de 2015, que foi o último Programa de Estabilidade do Governo PSD/CDS, vemos que ele apontava para uma taxa de desemprego acima de 11% em 2019. Nós estamos com uma taxa de desemprego mensal na barreira dos 9% para os 8% em 2017, ora, em 2017, a previsão do Governo anterior, já com essas reformas todas feitas, era que a taxa de desemprego permanecesse nos 13% e que atingisse a melhor previsão em 2019 com onze vírgula qualquer coisa por cento. Isto mostra que há de facto aqui uma outra dinâmica, que são outros os fatores de crescimento da economia, não tão localizados num ou noutro aspeto, mas muito mais associados ao clima geral que se vive, à expectativa, à confiança que existe na economia portuguesa”.