in Diário de Notícias
Aos 23 anos, depois de passar pela fase do emprego-desemprego-emprego-desemprego, Érica Sousa, jovem residente em Santa Maria, nos Açores, decidiu arriscar e criar o seu próprio negócio com o apoio do Governo Regional.
"Não estava a arranjar emprego fixo", afirmou Érica Sousa, confessando que já era uma questão de estabilidade, que queria encontrar em Santa Maria, a ilha do grupo oriental do arquipélago onde hoje o executivo regional termina uma visita estatutária de dois dias.
A jovem arriscou e concorreu ao CPE Premium, um programa destinado a desempregados beneficiários de prestações de desemprego para criação do próprio emprego, e em janeiro de 2016 criou o seu restaurante com "take away".
"Foi uma boa opção, mas no inverno é muito complicado" dada a diminuição de pessoas, disse Érica Sousa, uma das empreendedoras que reuniu hoje com o presidente e vice-presidente do Governo Regional.
O CPE Premium permite que o beneficiário receba, de uma só vez, o valor do subsídio de desemprego a que tem direito, mais um apoio de três mil euros.
Como Érica Sousa, Ana Botelho contabilizava, nos últimos anos, uma história de "dois anos desempregada, nove meses empregada" e, de novo, o desemprego, outros seis meses.
"Não é vida para ninguém, é complicado par organizar uma vida", contou a mulher de 38 anos e mãe de duas filhas que decidiu, também, avançar com a criação do seu próprio negócio, que inclui limpezas, serviços administrativos e restauração.
Já Joana Braga, de 25 anos, resumiu, desta forma, a decisão de se lançar também como empresária: "Temos de tentar".
No mercado de Vila do Porto, único concelho da ilha de Santa Maria, abriu em maio uma loja onde vende trabalhos em feltro, aliando o jeito e gosto por uma atividade a um negócio que, embora recente, lhe dá uma segurança laboral que não encontrou antes.
"Estava sempre nisto, fora, dentro, fora, dentro. E cansei-me", declarou, por seu turno, Ana Sousa, de 42 anos, que é agora responsável por um 'snack-bar'.
Satisfeita, a empresária diz agora que já está a pensar em contratar alguém, embora reconhecendo que na ilha o inverno "reduz um bocadinho" em termos de negócio.
A Laura Couto, de 33 anos, o CPE Premim permitiu-lhe ser distribuidora de pão.
Os três mil euros que recebeu foram uma ajuda para comprar a viatura com que todos os dias, a partir das 05:30, calcorreia Santa Maria.
"Comecei porque tive os apoios, porque senão não teria como começar", disse a jovem ao presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, havendo ainda quem, contudo, confessasse dificuldades no início do negócio.
Aos jornalistas, Vasco Cordeiro declarou que "o êxito e o sucesso desses programas não se mede pela ausência de dificuldades, mede-se pelo facto de eles ajudarem a vencer essas dificuldades e a dificuldade maior é a falta de emprego".
"Na ilha de Santa Maria, este é um bom exemplo pelo facto de serem principalmente mulheres que agarraram esta oportunidade", adiantou, destacando outros indicadores no âmbito do desemprego.
Segundo Vasco Cordeiro, no final de 2014 havia 291 inscritos no centro de emprego, número que era de 120 na segunda-feira.
No arquipélago, o CPE Premium contemplou 364 pessoas; em Santa Maria 18.