Acácio Pereira, in Correio da Manhã
Destino de cidadãos traficados vai do tráfico de órgãos à exploração sexual.
Institucionalizado pelas Nações Unidas, assinalou-se ontem o Dia Mundial Contra o Tráfico de Seres Humanos, uma causa cada vez mais importante. As implicações deste tema para a vida em todos os continentes é diretamente proporcional à dimensão da catástrofe – que é enorme a nível global. Afeta não só adultos indefesos ou diminuídos, como também quem procura trabalho, tentando fugir à pobreza. E, pior ainda, afeta milhões de crianças. Os destinos dos cidadãos traficados vão desde a exploração laboral, ou sexual, até ao tráfico de órgãos. Investigar e, sobretudo, prevenir estes atos ilícitos hediondos é uma tarefa complexa dada a sofisticação das estruturas criminosas e a sua organização transnacional. Mas, também por isso, é um dos pontos centrais da segurança de Portugal e do espaço comum de liberdade, segurança e justiça que é a União Europeia. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – SEF, enquanto órgão de polícia criminal com competências específicas para a investigação destes crimes, tem de inverter o desinvestimento em inspetores e em meios logísticos para os poder prevenir e combater de forma sistemática e continuada. Para além da segurança, é uma questão de direitos humanos.