Luís Reis Ribeiro, in Dinheiro Vivo
Trata-se do nível desemprego mais baixo desde novembro de 2008. O INE revela ainda que o valor definitivo de maio ficou em 9,2%.
A taxa de desemprego portuguesa terá descido para 9% da população ativa em junho, informa o Instituto Nacional de Estatística (INE). Se este valor provisório passar a definitivo, trata-se do nível desemprego mais baixo desde novembro de 2008. O INE revela ainda que o valor definitivo de maio ficou em 9,2%, também o menor em quase nove anos. O INE refere que “a taxa de desemprego de maio de 2017 situou-se em 9,2%, menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) do que no mês anterior e menos 0,7 p.p. em relação a três meses antes”.
O valor traduz “uma revisão de menos 0,2 p.p. face à estimativa provisória divulgada há um mês e constitui o valor mais baixo observado desde novembro de 2008 (8,9%)”. Todos estes dados são ajustados da sazonalidade. Portugal teria assim cerca de 473,7 mil pessoas desempregadas em maio, menos 3,3% face ao mês precedente (menos 16,2 mil pessoas), enquanto a população empregada foi estimada em 4,67 milhões de pessoas, “tendo aumentado 0,1% (mais 5,9 mil pessoas) face ao mês anterior”. Menos 103 mil desempregados, mais 129 mil empregados O destaque do INE mostra ainda que a quebra homóloga do desemprego em junho terá ascendido a 18%, o que corresponde a menos 103 mil pessoas sem trabalho em apenas um ano. Total de desemprego: 462,6 mil indivíduos. A criação de emprego também terá sido significativa.
Os dados oficiais apontam para uma expansão de 2,8% em junho face a igual mês de 2016, o que significa que a economia terá criado cerca de 129 mil empregos. Desemprego jovem alivia O ambiente do mercado de trabalho também se mostrou mais favorável entre os mais jovens (15 a 24 anos). Segundo o instituto, a taxa de desemprego jovem terá descido em junho para 23,4% da população ativa com essas idades, valor que compara com os 26,7% de um ano antes. Significa que em junho haveria 84,7 mil jovens desocupados, menos 13,2% do que em igual mês de 2016. A criação de emprego foi superior à média nacional. Mais 3,3%, para 276,8 mil empregados com idades entre os 15 e os 24 anos. Entre os adultos (pessoas com 25 anos ou mais), o desemprego também baixou. Afetava 7,9% dessa população ativa. Um ano antes a taxa era 9,9%. As mulheres continuam a ser mais afetadas pelo fenómeno do que os homens.
A taxa de desemprego feminina seria 9,5% em junho. A masculina cerca de 8,5%. Marques Mendes antecipou mal e enganou-se Recorde-se que esta estatística da taxa de desemprego ficou envolta em polémica depois do comentador do PSD, Luís Marques Mendes, ter simulado que sabia qual o valor da taxa de desemprego em maio. No comentário semanal que faz na SIC, o advogado disse que a taxa ia baixar para 9,4%. Mas enganou-se. Afinal caiu para 9,2%. O INE insurgiu-se contra Marques Mendes porque este estaria a semear a ideia de que teria acesso privilegiado aos dados oficiais, o que não é verdade. O que o conselheiro de Estado fez foi usar a estimativa provisória de maio (divulgada há um mês), os tais 9,4%, dando a entender que chegou lá pelos seus próprios meios, o que não aconteceu, denunciou o INE esta semana. O valor definitivo de maio, sabe-se agora, caiu para os tais 9,2%, o mais baixo em quase nove anos, como já foi referido. O valor provisório relativo a junho (9%) será atualizado no próximo destaque sobre as estimativas mensais de emprego e desemprego, a publicar a 30 de agosto próximo.