24.1.23

Desemprego registado pelo IEFP aumenta pelo quinto mês consecutivo

Raquel Martins, in Público

No final de Dezembro, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego ultrapassava os 307 mil. Trata-se de mais 3,4% do que em Dezembro e menos 11,8% do que no período homólogo de 2021. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego está a aumentar há cinco meses consecutivos. No final de Dezembro de 2022, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tinha 307 mil pessoas registadas, mais 3,4% do que em Novembro.

Trata-se do quinto mês consecutivo em que o desemprego aumenta. Esta tendência iniciou-se em Agosto, quando o número de pessoas inscritas nos centros de emprego subiu 1,9% e foi ganhando expressão nos meses seguintes até Dezembro, mês em que registou um aumento de 3,4% em cadeia.

O aumento mensal do número de desempregados teve maior expressão nos homens (mais 5,1%), nas pessoas que estavam nessa situação há menos de um ano (mais 5,7%) e com o segundo e terceiro ciclo do ensino básico (mais 10,6%). Já o número de jovens inscritos recuou 1,6%, enquanto o de desempregados com o ensino superior diminuiu 2%.

Olhando para as várias regiões do país, todas evidenciaram um acréscimo do desemprego, com excepção da Madeira, onde o número de inscritos diminuiu 0,3%, em cadeia, face a Novembro. O Algarve foi a região onde o desemprego teve um aumento mais expressivo, chegando aos 22% face ao verificado um mês antes.

Na evolução registada ao longo do mês, o IEFP dá conta de 44.019 novas inscrições de desempregados. Este número é superior ao observado no mesmo mês de 2021 (mais 11,5%) e inferior em relação ao mês anterior (menos 19,0%). As ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês totalizaram 6786 em todo o país, número inferior tanto ao do mês homólogo (quebra de 25,2%) como ao do mês anterior (descida de 22,5%).

Recuo homólogo de 11,8%

Já na comparação com 2021, o número de desempregados em termos acumulados (somando inscrições anteriores a Dezembro e novos registos desse mês) recuou 11,8%. E, segundo o IEFP, isso ficou a dever-se à redução registada no número de desempregados com idade igual ou superior a 25 anos (menos 37.223 do que em Dezembro de 2021), que procuram novo emprego (menos 37.976) e inscritos há 12 meses ou mais (menos 49.351).

O recuo homólogo verificou-se em todas as actividades económicas, mas as variações mais significativas registaram-se na indústria do couro (quebra de 23,1%); no fabrico de produtos petrolíferos, químicos e farmacêuticos (menos 20%) e nas indústrias do papel, impressão e reprodução (decréscimo de 18,9%).

As ofertas de emprego por satisfazer, no final de Dezembro de 2022, totalizavam 11431. Este número corresponde a uma diminuição anual (descida de 28,3%) e face ao mês anterior (uma queda também de 28,3%) das ofertas em ficheiro.

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social sublinha, numa nota divulgada nesta segunda-feira de manhã, que “quando comparado com Dezembro de 2019, ou seja, no período pré-pandemia, a redução é de -1,1%”.

O ano de 2022, lê-se na nota, “foi, no geral, o melhor ano em termos de desemprego registado, tendo assinalado, desde Março de 2022, valores sistematicamente mais baixos do que os valores homólogos de 2019”.