in Diário de Notícias
Mais portugueses optaram por praias mais perto de casa para passar as férias. Sempre com a lancheira ao lado
A falta de dinheiro é o factor mais apontado como "condicionante" pelos portugueses, residentes e emigrantes, que fazem férias "mais curtas" e "em praias mais perto de casa".
Num périplo por praias na zona da Grande Lisboa, em Carcavelos, Fonte da Telha (Costa de Caparica) e Sintra, as pessoas que falaram à agência Lusa disseram ter tido que "optar por praias mais perto de casa" e por um período de férias mais reduzido do que em anos anteriores.
A crise económica que afecta o País foi apontada por Margarida, moradora em Carcavelos, como fundamental para a "alteração profunda" das suas férias "em relação ao ano passado".
Ainda assim, o facto de morar perto da praia "abonou a favor" da família, acrescentou, enquanto passeava de mãos dadas com as duas filhas e carregava ao ombro a lancheira térmica com a comida.
"A vida não está fácil e mais para quem tem crianças!", desabafou. Levar comida é agora "essencial e obrigatório, porque não há dinheiro para ir para os restaurantes".
Também Noémia e a família, emigrantes de férias no País, geralmente vão "comer a casa de familiares ou amigos", mas conseguem "ir de vez em quando" a um restaurante.
No entanto, Vítor, morador e trabalhador na indústria hoteleira da praia de Carcavelos, garante que "há mais gente este ano" e que "os restaurantes estão cheios". "Tudo o que é restaurante andou a bater recordes", insiste.
Claro que, reconhece, isso pode significar que as pessoas que iam para locais mais longínquos "ficaram por aqui". Muita gente pode também significar crise e algum do dinheiro que era usado em férias mais caras pode dar agora "para ir comer fora", admite.
Na Fonte da Telha, as pessoas são muitas e as "infra-estruturas criadas continuam a não ser as melhores", disse à Lusa fonte da Polícia Marítima, que confirmou que "a afluência àquelas praias é muito superior a 2009".
A aplicação do programa Polis na Caparica tornou o local mais aprazível, o que "obviamente traz mais gente para estas paragens", observou Helena Ramos, de Lisboa.