Por Catarina Gomes, in Jornal Público
Os trabalhadores portugueses são dos mais preocupados com a ocorrência de violência ou ameaças de violência no local de trabalho numa avaliação feita em 31 países. Mais preocupados só mesmo os turcos, revela o estudo Violência e Assédio no Local de Trabalho: Um Retrato Europeu, produzido pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho.
Mais de metade dos portugueses inquiridos manifestam-se muito preocupados com o fenómeno da violência no trabalho, que pode incluir ameaças, violência física e psicológica (como insultos), que pode vir de superiores hierárquicos, colegas ou clientes, enquanto a média dos 31 países não chega a 25 por cento. Na Turquia, este valor supera os 60 por cento. Os menos preocupados são os eslovenos e os estónios. Os sectores da educação e da saúde são aqueles onde há mais queixas de violência.
Mas Portugal é um dos países onde, em inquéritos europeus, menos trabalhadores admitem ter sido sujeitos a violência, ocupando neste grupo de países, onde estão todos os da União Europeia, o 24.º lugar.
O relatório admite que, em estudos nacionais, os números costumam ser mais altos. Em relação à violência ou a ameaças de violência reportada, Portugal está neste estudoentre um grupo de países onde o problema parece ser moderado: Espanha, Itália, Chipre. O estudo constata que, por norma, há mais notificações de violência laboral em países do Norte da Europa do que do Sul. Os piores resultados vêm,aliás, da Dinamarca, da Holanda e da Finlândia.
No total,seis por cento dos trabalhadores europeus dizem ter estado expostos a violência no trabalho por parte de colegas (quatro por cento) ou outros (dois por cento); cinco por cento afirmam ter sido vítimas de assédio moral no local de trabalho, menos de dois por cento dizem ter sido alvo de assédio sexual.