25.3.11

Cascais vai ter linha de emergência para idosos

in Diário de Notícias

A câmara de Cascais anunciou hoje diversas iniciativas para proteger os mais idosos, como a criação de um plano de intervenção e de uma linha de emergência para que qualquer cidadão possa alertar para situações de vulnerabilidade.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais (CMC), Carlos Carreiras, salientou que têm aumentado nos últimos tempos os pedidos de ajuda de famílias e de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), que "estão a ver-se aflitas". "O Estado tem vindo a reduzir até os compromissos que tinha estabelecido com elas [IPSS] e, por isso, a CMC tem vindo a ser procurada com grande insistência para poder, de alguma forma, suportar. Se não, estamos a falar de grandes bombas sociais para as quais o Estado não está preparado, nem tem competência e nem sequer é eficaz", afirmou Carlos Carreiras, salientando que "têm sido essas IPSS que têm garantido alguma coesão social no terreno". A vereadora da Acção Social da câmara de Cascais, Mariana Ribeiro Ferreira, destacou que "a maioria das instituições que lidam com os idosos do concelho de Cascais estão na sua capacidade limite de respostas", pelo que a autarquia vai desenvolver vários projectos "que possam melhorar essa capacidade junto dos idosos".

Desde logo vai tentar conhecer melhor o fenómeno, começando este ano a elaborar um Plano Gerontológico do Concelho de Cascais que deverá estar concluído em 2012. "Não é mais do que um guião para a definição da política local no domínio do envelhecimento, onde se determinam objetivos específicos a alcançar e se identificam os meios necessários para atingir esses objetivos", disse, considerando este documento como "um instrumento fundamental para dirigir e garantir a coerência dos investimentos". A autarquia quer também avançar com uma gestão integrada das vagas que ainda existem em instituições como lares, centros de dia e de convívio, apoios domiciliários e apoio alimentar em casa do concelho. "Neste momento, a câmara não tem conhecimento qualificado para dirigir de forma coerente o seu investimento. Queremos saber onde é que ainda há resposta, onde é que ainda há alguma capacidade e onde é preciso capacitar de forma prioritária essa resposta", explicou a vereadora.

A CMC pretende "valorizar o papel da boa vizinhança como antídoto para a solidão, numa altura em que tanto se fala no isolamento dos idosos", pelo que ainda este ano vai abrir uma linha verde municipal de emergência com o apoio de uma instituição social. "Pretende ser uma linha municipal de apoio e de informação para que qualquer munícipe possa denunciar, sinalizar e encaminhar situações que conhece. Pode ser um vizinho ou um amigo que sabe que um idoso que vive na sua rua ainda não está acompanhado por nenhuma instituição e que se encontra numa situação de isolamento ou que eventualmente poderá estar a ser vítima de maus-tratos", realçou.