in Jornal de Notícias
Os juros exigidos pelos investidores para deterem títulos de dívida soberana portuguesa a cinco anos negoceiam hoje em máximos, tendo atingido 8,495 %, um dia após cortes no 'rating' de Portugal pelas agências de notação financeira.
A 'yield' (remuneração que o investidor diz que aceita para deter dívida) a cinco anos negociou, sexta-feira, em máximos históricos de 8,495 %, pelo menos desde a entrada no euro, em 1999.
Neste prazo, pelas 09:12, a taxa genérica da linha viva com maturidade a cinco anos calculada pela agência de informação financeira Bloomberg atingia os 8,459 %, acima do máximo histórico de 8,212 % registado na quinta-feira, com o 'spread' face à dívida alemã a situar-se nos 590,0 pontos base.
Também hoje, as 'yield' para deter dívida portuguesa com prazo entre três e sete anos negociavam acima dos 8%.
A 'yield' da dívida portuguesa a três anos negociava nos 8,001 % e a quatro anos nos 8,094 %. Já na maturidade a seis anos a 'yield' estava nos 8,032 % e a sete anos nos 8,059 %.
No prazo a dez anos, pelas 09:14, a taxa genérica da linha viva com esta maturidade situava-se nos 7,793%, acima dos 7,661 % de quinta-feira.
Quanto ao 'spread' face à dívida alemã na maturidade a dez anos, este situava-se nos 452,6 pontos base, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.
Pelas 09:12, a 'yield' exigida pelos investidores para deter a dívida portuguesa a dez anos estava em 7,794 %.
Depois da crise política aberta com a apresentação da demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, na quinta-feira, a agência de notação financeira Fitch cortou o 'rating' de Portugal em dois níveis, de A+ para A-, devido às dificuldades na implementação de medidas e de financiamento após o chumbo do PEC no Parlamento.
Também a Standard & Poor's anunciou que baixou em dois níveis a notação da divida soberana de Portugal devido à incerteza política.