in Jornal de Notícias
A Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas registou nos primeiros quatro meses deste ano um total de 766 desaparecimentos de jovens com idades entre os 12 e os 18 anos.
A APCD, organização não-governamental que assinala na quarta-feira o Dia Internacional da Criança Desaparecida com o lançamento de um manual de segurança infantil, regista também um total de 53 casos de crianças até aos 12 anos que desapareceram desde o passado mês de Janeiro.
Em 2010, a APCD, que presta apoio psicológico e jurídico às famílias de desaparecidos, somou 1.972 participações de jovens desaparecidos entre os 12 e 18 anos, enquanto o número de crianças até 12 anos sem paradeiro fixou-se em 115.
Patrícia de Sousa Cipriano, presidente da APCD, sublinha a importância do lançamento do manual de segurança infantil, na quarta-feira, no auditório dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, para combater um fenómeno de crescente preocupação para a União Europeia.
Patrícia de Sousa Cipriano explica que o manual - que tem o apoio de Maria Cavaco Silva - "veicula uma série de regras de segurança para protecção das crianças e procedimentos a ter em conta aquando do desaparecimento de uma criança".
"Foi com grande esforço e dedicação que compilámos estas regras, que vão ser distribuídas gratuitamente no site, através de download, a partir do dia 25 de Maio. Todos os cidadãos poderão aceder a regras básicas de protecção de uma criança, sem qualquer custo", refere.
O programa da apresentação do manual tem abertura programada para as 18 horas, com Francisco George, director-geral da Saúde, após o qual decorrerão prelecções de especialistas com experiência prática na área da responsabilidade social, saúde, infância e investigação de desaparecimento de crianças.
A sessão, em que serão debatidos os números, a investigação e o tratamento jurídico do desaparecimento de crianças em Portugal, será encerrada por Bagão Félix, ex-ministro da Segurança Social e atual conselheiro de Estado.
Também o Instituto de Apoio à Criança (IAC) assinala o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas com a realização de uma conferência em Lisboa para refletir sobre as diversas temáticas relacionadas com o fenómeno.
Em debate estará o fenómeno associado aos crimes de abuso e exploração sexual e as causas de desaparecimento, em particular as fugas institucionais e os raptos parentais.
A sessão de abertura terá a presença do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, do ministro da Justiça, Alberto Martins, do procurador-geral da República, Pinto Monteiro, da vice-procuradora geral da República, Isabel São Marcos, do provedor da Justiça, Alfredo José de Sousa, do presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, do presidente do conselho de administração do Montepio Geral, António Tomás Correia, da presidente do IAC, Manuela Eanes.
O encerramento será realizado pelo vice-presidente da Direcção do IAC, José Coelho Antunes, pelo presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho, e pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Serrão.