17.9.11

Comunidade cigana de Tomar indignada com manifestação xenófoba

in O Mirante

A Associação de Solidariedade Social com a Comunidade Cigana e Minorias Étnicas do Médio Tejo (ACMET), vai enviar para a “Comissão Para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial”, tudo o que tem sido escrito, quer nos jornais, quer nas redes sociais, sobre o acidente que vitimou os jovens tomarenses, Cristiano Lopes e Carlos Andrade, no dia 4 de Setembro, na sequência de uma perseguição automóvel.

Num comunicado enviado a O MIRANTE esta associação repudia as acusações de que o acidente terá sido provocado por membros da comunidade cigana, mostrando ainda “indignação” pelos comentários proferidos por um grupo de tomarenses na rede social facebook e que gerou uma concentração de 50 pessoas, ainda que silenciosa, na Praça da República, no dia 7 de Setembro. “No entendimento da ACMET, esta manifestação constitui claramente um crime de discriminação racial, segundo a definição do artº. 240 do Código Penal Português”, sublinha o presidente da Associação.

Para Almerindo Barbosa Lima: “há muito que os ciganos são perseguidos por uma por uma parte significativa da sociedade tomarense. Sempre que algo de negativo acontece, aparece alguém a atribuir responsabilidades à comunidade cigana”. A associação cigana diz que “repudia todo e qualquer tipo de violência” e espera que as autoridades investiguem o acidente que acabou com a vida dos dois jovens tomarenses, no sentido de serem apuradas responsabilidades.