in Jornal de Notícias
Mais de 38 mil crianças somalis estão em risco de morrer de fome, ainda que a situação alimentar tenha melhorado num terço do país, imerso no caos há mais de 20 anos.
Mais de 731 mil pessoas, entre as quais 203 mil crianças, estão subnutridas e enfrentam "uma grave insegurança alimentar", segundo um relatório da Unidade de Análise da Segurança Alimentar e Nutrição (FSNAU) da ONU e da Rede de Alerta Precoce da Fome (Fews Net), financiado pela Agência de Desenvolvimento norte-americana (USAID).
Aquele número representa contudo uma diminuição de 30 por cento nos últimos seis meses, graças a "chuvas relativamente abundantes" no final de 2014.
Das "cerca de 202.600 crianças menores de cinco anos que sofrem de má nutrição aguda, 38.200 estão gravemente subnutridas e apresentam um risco elevado de enfraquecimento e de morte", assinalam os especialistas.
Os três quartos dos somalis que precisam desesperadamente de alimentos são os deslocados que fugiram à violência dos confrontos entre os radicais islâmicos 'shebab' e as tropas governamentais, apoiadas pela força da União Africana (AMISON).
"As taxas de subnutrição continuam obstinadamente altas", disse o responsável da ajuda humanitária da ONU na Somália, Philippe Lazzarini, adiantando que "as perspetivas para 2015 são preocupantes".
Há três anos, uma grave seca no Corno de África, associada à guerra civil, levou a uma fome na Somália que matou mais de 250 mil pessoas.