in Diário de Notícias
Banco Central Europeu deve anunciar hoje um pacote de estímulos de 600 mil milhões a um bilião de euros para os 19 países da moeda única. Risco pode ficar nos Estados membros
São 50 mil milhões de euros por mês em dinheiro fresco, durante um ou dois anos, que Mario Draghi, presidente do BCE, deverá hoje anunciar quando revelar em que consiste o pacote de estímulos à economia da zona euro. No
total, o programa variará entre 600 mil milhões (o tamanho da economia holandesa, se durar um ano) e um bilião de euros (equivalente a Espanha, se for de março deste ano a dezembro de 2016). O objetivo é comprar dívida pública aos bancos comerciais, aliviando-os para poderem financiar as empresas.
No caso dos bancos portugueses, se vendessem toda a dívida pública em troca de dinheiro barato, conseguiriam cerca de 27 mil milhões de euros. O problema? Há quem defenda que o risco associado fique no banco central de cada país - uma forma de comprar alguma simpatia junto dos alemães, que rejeitam a ideia de partilhar perdas em caso de insolvência. Por outro lado, se a austeridade continuar, o quantitative easing não será suficiente para garantir o crescimento dos países do euro, alerta em entrevista ao DN Mark Blyth, professor de Economia Política Internacional.