por Ana Maia, in Diário de Notícias
Enfermeiros da Ajuda distribuíram mensagens feitas por alunos que participam na campanha nacional de prevenção dos maus-tratos na infância "Apenas o coração pode bater".
Igor é uma requisição de última hora. "Posso levá-lo?", pergunta a enfermeira Fátima Esteves à mãe, Patrícia Campos, vendedora de legumes no mercado de Alcântara. "Pode sim", diz a mãe. O rapaz de 11 anos pega num pequeno monte de espátulas desenhadas que Fátima lhe dá e acompanha-a pelo mercado. De ar tímido estende a mão, enquanto a enfermeira explica: "Olá. Estamos aqui numa ação para assinalar o mês da prevenção da violência contra crianças. Estamos a distribuir espátulas que os meninos do 4.º ano desenharam e escreveram sobre o que são os maus-tratos. E agora estamos a devolvê-las à comunidade. Deixamos uma consigo para depois dar a um dos clientes."
Fátima Esteves é a coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade Consigo, que funciona no centro de saúde da Ajuda. A iniciativa faz parte da campanha nacional de prevenção de maus-tratos na infância "Apenas o coração pode bater". É feita em parceria com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Oeiras. Têm com elas 360 espátulas, desenhadas pelos alunos do 4.º ano das escolas de Campo de Ourique, Santo Condestável, Alcântara, Ajuda e Belém, distribuídas por vários locais e pelos médicos e enfermeiros.
A ideia? "É devolver à comunidade as mensagens destes meninos", explica Fátima Esteves. As duas primeiras ações decorreram na quarta-feira, uma no mercado de Alcântara, outra no elétrico 18. No domingo quem foi à pastelaria Aloma em Campo de Ourique ou ao Centro Cultural de Belém também recebeu uma espátula.