in Agência Ecclesia
«Que não seja apenas o dinheiro a orientar as escolhas políticas e administrativas», desafiou Francisco
O Papa defendeu hoje a importância de uma saúde para todos, sobretudo para os mais pobres, num encontro no Vaticano com membros da Comissão Caridade e Saúde da Conferência Episcopal Italiana.
Numa audiência inserida no 25.º Dia Mundial do Doente, que a Igreja Católica vai assinalar este sábado, dia 11 de fevereiro, Francisco sublinhou que “o setor da saúde é aquele em que a atual ‘cultura do descartável’ mostra mais claramente as suas dolorosas consequências”.
Para o Papa Francisco, é essencial que neste setor, tal como em todas as áreas da sociedade, se coloque “em primeiro lugar a dignidade inviolável de cada pessoa” e “que não seja apenas o dinheiro a orientar as escolhas políticas e administrativas” quanto ao “direito à saúde” ou à organização das “estruturas de tratamento”.
“Que a pobreza crescente no campo da saúde entre as camadas desfavorecidas da população, devido à dificuldade de acesso aos tratamentos, não deixe ninguém indiferente e se multipliquem os esforços de todos para que os direitos dos vulneráveis sejam tutelados”, apelou o Papa argentino.
Na sua mensagem, Francisco agradeceu o esforço de todos quantos hoje se empenham, em estruturas católicas ou da sociedade civil, no cuidado pelos mais frágeis e enfermos.
E recordou que um dos principais objetivos que levaram São João Paulo II a instituir o Dia Mundial do Doente, “além da promoção da cultura da vida”, foi “conscientizar as dioceses, comunidades cristãs e famílias religiosas para a importância da Pastoral da Saúde”, para uma Igreja mais próximas destas pessoas que dela necessitam.
“Muitos doentes estão nos hospitais, mas muitos estão em casa, sempre sozinhos. Espero que sejam visitados com frequência para que não se sintam excluídos da comunidade e possam experimentar, através de quem os encontra, a presença de Cristo que passa hoje em meio aos doentes no corpo e no espírito”, apontou.
O Papa Francisco frisou ainda que “a pior discriminação que sofrem os pobres, e os doentes são pobres de saúde, é a falta de atenção espiritual”.
A audiência entre o Papa Francisco e os membros da Comissão Caridade e Saúde da Conferência Episcopal Italiana teve ainda como mote os 20 anos do Departamento da Pastoral da Saúde da Igreja Católica em Itália.