in Porto
Em 2015 foram constituídas no Porto 1.722 empresas, 139 das quais são industriais e 1.585 de serviços. Estes números, que constam das estatísticas anuais do Instituto Nacional de Estatística (INE), estão agregados num estudo da Pordata, base de dados da Fundação António Manuel dos Santos e ainda não contêm os números referentes a 2016, mostram um crescimento de 30% relativamente a 2012. Outro estudo demonstra que o Porto já é líder nacional na criação de Startups.
As estatísticas oficiais do país mostram, aliás, que estes números representam um recorde relativamente a todos os anos apresentados no estudo (1997, 2001 e a partir de 2009 até 2015). Em 2001, o número de empresa criadas no Porto foi, segundo o mesmo relatório, de 1.389, ou seja, superior ao verificado em 2012, antes do actual executivo assumir funções. A partir daí o número de empresas criadas na cidade disparou.
Quanto às empresas industriais, embora se verifique uma recuperação semelhante, quando comparados os anos de 2012 com 2015, está ainda longe das 197, em 2001. Os dados do INE citados pela Pordata não mostram nenhum ano melhor do que esse.
O crescimento da criação de empresas na cidade do Porto é superior ao verificado na região Norte, onde a aceleração foi de 16%, face aos 30% verificados na cidade. Também na comparação com a Área Metropolitana do Porto mostra um crescimento superior no Porto, uma vez que na AMP o crescimento se cifrou em 22%.
Note-se ainda que o Porto concentrou em si a criação de 30% de todas as empresas criadas nesta grande área urbana, que reúne 17 municípios.
Segundo outro estudo recente, intitulado «Portugal Rising: Mapping ICT Scaleups», publicado pelo Startup Europe Partnership (SEP) em conjunto com o CrESIT, com o apoio da Microsoft Portugal e da iniciativa Ativar Portugal Startups, o pódio para a zona de Portugal mais empreendedora no que respeita ao número de empresas denominadas de 'startups' pertence ao Porto, que representa 36% do ecossistema.
Lisboa deixou de ser a região do país mais empreendedora, passando para segundo lugar com 32% do tecido de startups.
As startups, designação que cabe às empresas com menos de cinco anos de atividade, que possui elementos de inovação e trabalha em condições de extrema incerteza, representam já 34% do tecido empresarial nacional, asseguram 46% do emprego gerado pelo universo empresarial português e 9,6% do volume total de negócios.
O maior número de nascimento de Stratups registou-se nos setores de serviços (27,2%) e retalho (17%), seguidos do alojamento e restauração (11,2%). Os setores da agricultura, pecuária, pesca e caça, de telecomunicações e alojamento e restauração registam o maior crescimento anual de novas empresas.
Outra área em que o Porto apresenta números demonstrativos da sua atual dinâmica económica, é a das sclaleups. Nos últimos cinco anos, 40 scaleups em Portugal quebraram a fronteira de um milhão de dólares. Juntas, arrecadaram mais de 156 milhões de euros de financiamento de venture capitals, das quais 36 receberam um financiamento entre 945 mil euros e 9 milhões e meio de euros.
"Scaleup" significa, literalmente, reajustar-se a uma escala, enquanto que uma empresa "startup" está, obrigatoriamente, no início de uma viagem, uma scaleup pressupõe que alguns objetivos foram já bem-sucedidos. As startups que já angariaram um financiamento superior a um milhão de dólares (equivalente a quase 900 mil euros) e que passaram, pelo menos, por uma ronda de investimento nos últimos cinco anos passam a ter a designação de scaleup.
A Câmara do Porto está a apostar fortemente nesta área e em parceria com várias entidades desenvolveu a estratégia ScaleUp Porto, que tem por objetivo apostar num paradigma mais competitivo para a economia regional e apoiar as startups tecnológicas locais com potencial para escalar internacionalmente
Uma tendência clara destas scaleups é a sua juventude: 75% nasceram depois de 2010 e 48% depois de 2012. Além disso, todas as scaleups analisadas sofreram processos de fusão e/ou aquisição a nível internacional: 66% com empresas norte-americanas, algumas bem conhecidas do público português, e 22% com empresas europeias, dados que indicam que o ecossistema português de startups tem boas relações internacionais e que o empreendedor tem no seu ADN o desejo de levar a sua startup além-fronteiras.
Lisboa é a cidade portuguesa com maior número de scaleups portuguesas (42% do total), seguida do Porto, a segunda maior hub do país. As áreas de software solutions, business analytics e saúde ocupam o topo, seguidas da educação, serviços empresariais, turismo e mobile.