Alexandra Inácio, in Jornal de Notícias
No agrupamento de escolas de Beiriz (Póvoa do Varzim) não houve negativas nas provas de aferição do 4º ano; há quatro anos a taxa de retenção dos alunos no 2º ano era superior à da média nacional. A recuperação deve-se ao projecto Fénix, garante a directora.
A metodologia - criada para combater o insucesso escolar - é monitorizada pela Faculdade de Psicologia da Universidade Católica de Lisboa, onde hoje se fará um balanço do projecto, não só no agrupamento de Beiriz - onde "nasceu" o Fénix - como nos outros 46, de Norte a Sul do país, que entretanto aderiram.
"Os resultados nas provas de aferição do 4º ano falam por si", afirma ao JN Luísa Moreira, directora do agrupamento. O Fénix começou no 1º ciclo, há quatro anos - depois de os professores se aperceberem que a média de retenção no 2º ano era superior à da média nacional - mas foi depois alargado a alunos do 2º e 3º ciclo.
Nas provas de aferição do 6º ano, 98% dos alunos de Beiriz tiveram positiva; e nos exames do 9º ano (no Fénix há dois anos) 81,7% dos alunos tiveram positiva a Matemática e 75,8% a Português - neste caso, sublinha, Luísa Moreira, "a escola não ficou muito satisfeita. Ainda há muito trabalho a fazer". A média nacional, recorde-se, foi de 51,3 e 70,3%, respectivamente nesses exames.
A estratégia é simples: os alunos com dificuldades nas disciplinas nucleares (Português e Matemática) saem da turma e dão essas matérias em grupos mais pequenos (ninhos). Ou seja, o ensino individualizado é a "chave do sucesso".
Luísa Moreira garante que a indisciplina na sala de aula diminuiu e que alunos antes à beira de abandonar o sistema se tornaram estudantes aplicados. "É que quando conseguem fazer as aprendizagens básicas, rapidamente apanham os outros", assegura.
Quanto aos docentes, "não pedimos mais horas", mas o tempo não lectivo foi negociado e, no próximo ano, Estudo Acompanhado e Área Projecto podem ser restruturados.
A melhoria da qualidade do ensino, frisa, não é alcançada "por os professores passarem mais horas na escola mas antes por terem mais tempo para preparem as aulas e darem melhores respostas às necessidades dos alunos".