15.7.10

Projecto Fénix inverte taxas de insucesso escolar

Alexandra Inácio, in Jornal de Notícias

No agrupamento de escolas de Beiriz (Póvoa do Varzim) não houve negativas nas provas de aferição do 4º ano; há quatro anos a taxa de retenção dos alunos no 2º ano era superior à da média nacional. A recuperação deve-se ao projecto Fénix, garante a directora.

A metodologia - criada para combater o insucesso escolar - é monitorizada pela Faculdade de Psicologia da Universidade Católica de Lisboa, onde hoje se fará um balanço do projecto, não só no agrupamento de Beiriz - onde "nasceu" o Fénix - como nos outros 46, de Norte a Sul do país, que entretanto aderiram.

"Os resultados nas provas de aferição do 4º ano falam por si", afirma ao JN Luísa Moreira, directora do agrupamento. O Fénix começou no 1º ciclo, há quatro anos - depois de os professores se aperceberem que a média de retenção no 2º ano era superior à da média nacional - mas foi depois alargado a alunos do 2º e 3º ciclo.

Nas provas de aferição do 6º ano, 98% dos alunos de Beiriz tiveram positiva; e nos exames do 9º ano (no Fénix há dois anos) 81,7% dos alunos tiveram positiva a Matemática e 75,8% a Português - neste caso, sublinha, Luísa Moreira, "a escola não ficou muito satisfeita. Ainda há muito trabalho a fazer". A média nacional, recorde-se, foi de 51,3 e 70,3%, respectivamente nesses exames.

A estratégia é simples: os alunos com dificuldades nas disciplinas nucleares (Português e Matemática) saem da turma e dão essas matérias em grupos mais pequenos (ninhos). Ou seja, o ensino individualizado é a "chave do sucesso".

Luísa Moreira garante que a indisciplina na sala de aula diminuiu e que alunos antes à beira de abandonar o sistema se tornaram estudantes aplicados. "É que quando conseguem fazer as aprendizagens básicas, rapidamente apanham os outros", assegura.

Quanto aos docentes, "não pedimos mais horas", mas o tempo não lectivo foi negociado e, no próximo ano, Estudo Acompanhado e Área Projecto podem ser restruturados.

A melhoria da qualidade do ensino, frisa, não é alcançada "por os professores passarem mais horas na escola mas antes por terem mais tempo para preparem as aulas e darem melhores respostas às necessidades dos alunos".