2.5.11

Aveiro: Número de voluntários está a crescer

Joana Mendes, in Diário de Aveiro

São cada vez mais as pessoas que recorrem a instituições de Aveiro para fazer voluntariado, dizem os responsáveis de algumas das maiores organizações do distrito.

A União Europeia declarou 2011 como o Ano Europeu do Voluntariado. A propósito, o Diário de Aveiro foi falar com algumas das principais instituições de solidariedade social da cidade para saber como têm funcionado com trabalhadores voluntários.

Foram contactadas as instituições Florinhas do Vouga, Orbis, Banco Alimentar e Cruz Vermelha e são algo distintos os relatos sobre a dedicação das pessoas ao trabalho solidário.

O presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Aveiro, Martinho Pereira, conta que a instituição tem como “seu grande capital o voluntariado” e salienta que “o distrito de Aveiro tem correspondido de forma extraordinária às necessidades do Banco”. Da mesma opinião são a porta-voz da Florinhas do Vouga, Sandra Marques, e o responsável pela Orbis, Pedro Neto. Ambos salientam que cada vez mais pessoas têm entrado em contacto com as instituições para ajudar, sem serem precisos grandes esforços de angariação.

Mas o cenário não é o mesmo na sede da delegação de Aveiro da Cruz Vermelha, onde os requisitos para ajudar são mais exigentes. O presidente, Mário Silva, diz que não é fácil encontrar voluntários com a disponibilidade e atitude que a instituição procura. “Um voluntário tem de ter uma vontade de ajudar dentro de si. Na Cruz Vermelha, os voluntários tem uma responsabilidade muito diferente e têm de ter ou receber alguma formação na área da saúde”, explica.

“Fazer voluntariado é cada vez mais complicado. Nota-se que as pessoas vêem as fardas e os equipamentos e ficam com vontade de participar, mas na realidade não têm tempo”, lamenta Mário Silva. O presidente admite, no entanto, que não existem boas condições para o trabalho solidário. Seriam necessárias mais regalias e maior flexibilidade nos empregos.

“Todos os anos há voluntários que entram, que saem, mas isso sai caro à instituição porque temos de dar um curso em socorrismo a cada voluntário”, explica Mário Silva. A sede da Cruz Vermelha Portuguesa, conta o presidente, consome grande parte dos apoios dados pelo Estado, por isso a delegação de Aveiro vive, essencialmente, de alguns donativos e dos serviços de transporte em ambulância e outros apoios que os voluntários vão prestando.

De acordo com este dirigente, dos 200 voluntários inscritos, apenas uns 40 serão participantes activos. São cerca de oito enfermeiros, três médicos, 30 socorristas, um psicólogo e um assistente social a trabalhar com quatro ambulâncias. Mas o número de utentes que a delegação ajuda é bem superior, cerca de 160 em Aveiro, Ílhavo e Vagos.