2.5.11

Belmiro de Azevedo diz que o país precisa de "políticos mais competentes"

in Jornal de Notícias

O presidente da SONAE, Belmiro de Azevedo, afirmou que o "País precisa de pessoas competentes" e lamentou que os políticos mais capazes estejam escondidos. "Política já temos em excesso. Agora precisamos é de pessoas competentes. E para mim, pessoas competentes podem ser chineses, angolanos, americanos. Os políticos portugueses competentes estão escondidos", disse.

Belmiro de Azevedo lamentou o comportamento dos principais dirigentes políticos portugueses, deixando claro que o grupo Sonae continua a investir em Portugal porque procura alhear-se desses comportamentos.

"Nós continuamos a investir porque ignoramos os políticos. Nós precisamos é de pessoas competentes e sérias, sobretudo na política. Os grandes políticos foram aqueles a seguir ao 25 de Abril -- 100 pessoas -- de alta qualidade, de comportamento ético impecável. Agora o que temos é espectáculo da rádio, da televisão e dos jornais", adiantou aos jornalistas, na inauguração do novo Centro de Eventos Aqualuz de Tróia.

"Toda a gente dizia mal e agora toda a gente concorda que só pessoas de fora é que vêm pôr ordem nas contas portuguesas", acrescentou o responsável da Sonae, ao ser confrontado com as dificuldades de entendimento entre as principais forças políticas portuguesas.

Questionado pelos jornalistas, Belmiro de Azevedo mostrou-se também decepcionado com a perspectiva de Portugal vir a perder a candidatura à organização da Ryder Cup de 2018 (competição de golfe entre norte-americanos e europeus), decisão que deverá ser conhecida no próximo mês de maio.

"Conheço isso mal. Era muito desejado, havia hipótese, mas o que ouvi dizer é que há um bocado de desânimo, provocado por uma conotação negativa com a desordem em Portugal. Esse tipo de eventos não gosta de torneios que estão razoavelmente desordenados", disse Belmiro de Azevedo.

O presidente da Câmara de Grândola, Carlos Beato, também se mostrou algo pessimista quanto à possibilidade de Portugal ser o País escolhido para a organização daquele que é considerado o terceiro evento desportivo a nível mundial.

"Estávamos muito bem colocados, o nosso projecto era muito bom, a localização era muito boa, o enquadramento ambiental também, mas quando o comissário europeu para os assuntos económicos vem dizer ao mundo que, ou a Finlândia viabiliza o empréstimo a Portugal ou é a bancarrota (...), nós temos de ser realistas e perceber que se estivéssemos no lugar de quem decide, iríamos pensar, não três mas trinta vezes", disse.

Na cerimónia, o administrador da Sonae, Rui Ávila, salientou que, com a inauguração do novo Centro de Eventos, o grupo de Belmiro de Azevedo considera que estão cumpridos todos os compromissos assumidos com o governo português.