João Carlos Marta, in "Rádio Renascença"
O ministro do Trabalho da Solidariedade e Segurança Social esteve esta quarta-feira a responder aos deputados sobre os números do desemprego do primeiro trimestre deste ano.
O ministro do Trabalho da Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse, esta quarta-feira, no Parlamento,que Portugal continua com “sérios problemas no mercado de trabalho”.
Na semana passada, foram conhecidos os números do desemprego que nos primeiros três meses do ano cresceu para os 12,4%. Os dados foram divulgados pelo INE e mostram que o primeiro trimestre acabou com um crescimento de 0,2 pontos percentuais na percentagem de portugueses que não têm trabalho (face ao final do ano passado). Um crescimento do número de desempregados em Portugal que inverte a tendência dos últimos dois anos.
Vieira da Silva justificou estes dados com um “afluxo grande da população activa” que o “mercado não conseguiu absorver”.
A deputada do PSD Joana Barata Lopes contrapõe dizendo que o aumento líquido de desemprego nos primeiros três meses é maior do que o Governo tinha previsto de criação de emprego para todo o ano. E refuta a ideia dos activos voltarem ao mercado de trabalho justificar estes números porque “além da subida do desemprego, houve uma subida dos inactivos”.
O PSD questionou ainda o aumento de 6,4% dos contratos precários no Estado. “Antes era uma opção do anterior Governo e agora é uma inevitabilidade?”
Vieira da Silva disse que o Governo nunca se apresentou como tendo todas as soluções: “O que prometemos foi uma política diferente.”
“Não iludimos a realidade, os dados do emprego e do desemprego continua a ser um dos principiais problemas que continuaremos a enfrentar”, reiterou Vieira da Silva.
Há menos precários?
O objectivo do combate à precariedade é um objectivo central deste Governo, mas não se faz de um momento para o outro. “Há uma série de movimentos na Administração Pública que levam à criação de contratos precários”, referiu.
O ministro Vieira da Silva afirmou que diminuiu o número de “ocupados” (desempregados abrangidos pelos Contratos de Inserção e Emprego ou em formação), mas sublinha que se os dados considerados forem os do INE a baixa é pequena, se os dados forem os do IEFP “é bastante mais significativa”.
“Nem todas as situações de ocupação são uma transição para o mercado de trabalho, umas são outras não são”, defendeu.