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Mais de 900 mil pessoas das cerca de 1,4 milhões afetadas pela seca em Moçambique precisam de assistência alimentar durante o mês de maio, informou hoje à Lusa fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
"O nosso plano, como Governo, abrange cerca de 472 mil pessoas e para o restante número dependemos da ajuda dos nossos parceiros", disse Paulo Tomás, acrescentando que a logística para a assistência mensal dos afetados está a acarretar elevados custos.
As províncias do centro e do sul de Moçambique são as mais atingidas pela seca e, segundo os dados do INGC, apenas 10% dos camponeses conseguiram ter resultados no primeiro período da época agrícola.
A situação das pessoas afetadas pela seca em Moçambique levou o Governo a decretar em abril "alerta vermelho", uma estratégia para dinamizar as ações de assistência às populações e que prevê cerca de 580 milhões de meticais (mais de nove milhões de euros) para reforçar a assistência alimentar, no âmbito do Plano de Contingência.
"A nossa intenção é cobrir todos os afetados", frisou o porta-voz do INGC, observando que na zona norte a situação está controlada mas ainda exige atenção de todos.
Para fazer face à situação, segundo o INGC, o Governo moçambicano precisa de três mil toneladas de cereais e duas mil toneladas de feijão por mês, uma quantidade de produtos avaliada em 13 milhões de dólares (11 milhões de euros) mensais.
Moçambique é sazonalmente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral, mas o sul do país é afetado por secas prolongadas e que este ano atingem também as províncias da região centro.
Além de Moçambique, a seca afeta vários países da África Austral, tendo levado o Malaui, a Zâmbia e o Zimbabué a declararem o estado de emergência devido à falta de alimentos.
A estiagem, que dura há mais de um ano, afeta ainda a maior potência da região, a África do Sul, que declarou esta seca como a pior dos últimos cem anos.
Lusa