24.5.16

27,5% dos portugueses vivem no limiar da pobreza

Ana Margarida Pinheiro, in "Dinheiro Vivo"

Em apenas três anos (2010-2013) a intensidade da pobreza aumentou 30% e um em cada três pobres perdeu o acesso ao RSI.

“Ter um emprego deixou de ser fato de isenção em relação à pobreza”. A frase é do Movimento Erradicar a Pobreza que realizou este sábado o II Encontro para tentar combater este flagelo. No entanto, os baixos salários, a instabilidade familiar, e as famílias cada vez mais frágeis estão a agravar o problema. O Movimento estima que 27,5% dos portugueses estejam a viver no limiar da pobreza. Os mais afectados são mulheres a viver em famílias monoparentais, com filhos a cargo; mulheres idosas e crianças. “As condições de vida de três milhões de portugueses não são compatíveis com uma existência digna”, alerta o movimento, salientando que a massificação dos baixos salários como “modelo económico dominante durante o período de austeridade” a “fragilização das relações laborais” acentuou a dimensão do problema.

“Em apenas três anos (2010-2013) a intensidade da pobreza aumentou 30% e um em cada três pobres perdeu o acesso ao RSI”. Esta retirada, “resultou num aumento da intensidade da pobreza das crianças em 44%”, refere um estudo do economista José Alberto Pitacas apresentado neste encontro. Deste encontro resultou ainda uma petição que procura 7000 assinaturas para que os deputados possam renovar “as decisões das resoluções de 2008 e promovam políticas que ataquem as raízes da pobreza e tendam à sua erradicação”.