Elisabete Miranda | Rosário Lira, in Negócios on-line
A lenta recuperação da situação económica ainda não chegou aos mais carenciados, diz Isabel Jonet. A pobreza estrutural e o desemprego persistente dos menos qualificados justificam que o número de pedidos de apoio às instituições de solidariedade não tenha abrandado.
No Banco Alimentar e na rede de instituições de solidariedade que distribui a sua comida, a retoma ainda não se nota. Os pedidos de alimentos que chegam aos bancos alimentares mantêm-se como antes, tal como o número de refeições entregues. Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares só encontra uma explicação para o sucedido: a retoma ainda não está a chegar "às populações com mais baixo rendimento e, portanto, aquelas que recebem a ajuda alimentar".
A responsabilidade é da pobreza estrutural mas também do mercado de trabalho, já que "muitas das pessoas que estavam desempregadas não voltaram a encontrar lugar no mercado de emprego, pelo menos um emprego digno e que pudesse gerar o rendimento que necessitavam para manter o nível de vida que tinham esperado e para o qual tinham dimensionado as suas despesas", diagnostica.
No ano passado, o Banco Alimentar continuou a fazer chegar a 2.630 instituições espalhadas por todo o País alimentação para cerca de 420 mil pessoas - e "quando uma pessoa precisa de ajuda para comer é porque a sua situação mesmo muito grave", sublinha.