Por Paulo Miguel Madeira, in Público on-line
A poupança das famílias europeias continuou em queda no último trimestre do ano passado, quer na zona euro quer na UE, uma tendência que vem já de 2009. O investimento na compra de casa e o rendimento disponível também diminuíram.
A taxa de poupança dos agregados familiares da zona euro caiu para 13,4 por cento do seu rendimento bruto no último trimestre do ano passado, face a 13,6 por cento no terceiro trimestre, prolongando uma tendência de queda que vem desde o primeiro trimestre de 2009 e com um valor que é o mais baixo desde o primeiro trimestre de 2006.
No conjunto dos 27 Estados da União Europeia (EU), desceu para 11,3 por cento (11,6 no terceiro trimestre), o valor mais baixo desde o terceiro trimestre de 2008. Estes dados foram divulgados hoje pelo Eurostat, que não disponibilizou informação por país.
A poupança na zona euro, que vinha a declinar desde o início da década passada, subiu fortemente na sequência da crise financeira que se revelou no final de 2008, tendo passado de 13,6 por cento na zona euro no segundo e terceiros trimestres de 2008 para um pico de 15,7 por cento no primeiro trimestre de 2009, mas desde então tem estado em queda consecutiva. Para a UE, o perfil é idêntico, tendo o pico sido atingido no segundo trimestre de 2009, com 13,7 por cento.
A taxa de investimento das famílias, que respeita essencialmente a despesas com compra e renovação de alojamentos, está também em queda, desde finais de 2007, tendo sido de 8,8 por cento do rendimento bruto na zona euro e de oito por cento na UE.
O rendimento disponível das famílias e o seu consumo final mantiveram-se estáveis no final do ano passado, com respectivamente uma diminuição de 0,1 por cento e uma subida de 0,1 por cento.
O rendimento da população da zona euro tem apresentado um perfil oscilante desde a crise financeira, mas com mais quedas que subidas, enquanto o consumo, que caiu fortemente no final de 2008 e início de 2009, tem estado desde então sempre a recuperar.