Isabel Pacheco, in "Renascença"
O presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Mobilidade Humana diz que "o drama do desemprego de longa duração não pode ser disfarçado”.
O presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, considera que "o drama do desemprego de longa duração não pode ser disfarçado”.
O também arcebispo primaz de Braga reage, deste modo, à reportagem multimédia da Renascença sobre desemprego estrutural, acrescentando que uma “questão grave” como esta deve constituir “motivo de reflexão por parte dos politicos”.
“Não podemos, de maneira nenhuma, iludir ou disfarçar que não conhecemos esta realidade porque, na verdade, e são as estatísticas a confirmá-lo, este desemprego contínua a ser um drama e uma chaga para muitas famílias”, reforça.
D. Jorge Ortiga destaca o facto deste problema levar a uma cada vez maior emigração, levando, em muitos caso, à separação de casais e de pais e filhos. "O crescimento harmónico da criança exige a presença da mãe e do pai. De outra maneira, alguma coisa irá cair no vazio com consequências negativas para o futuro”, aponta.
Nesta quadro, o presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Mobilidade Humana defende a adopção de “politicas positivas de natalidade” que tenham em conta esta vertente, porque “se há o direito ao trabalho, também há o direito de viver em família”.
Desemprego estrutural. Sabe o que é?
Esta segunda-feira, a Renascença contou a história de Rosário Ferreira, uma ex-operária fabril que quer trabalhar, mas não consegue porque não há quem lhe abra as portas. Tem 56 anos e há quatro que não tem um emprego com salário. O subsídio de desemprego de Rosário Ferreira termina no próximo ano.
Durante esta semana, a Renascença olha para o desemprego estrutural, uma ferida social que a transformação económica abriu em Portugal.