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Agência da ONU lembra em campanha que, durante primeiros mil dias da criança, as células cerebrais podem fazer até mil novas conexões a cada segundo – uma velocidade única na vida. Essas conexões contribuem para o funcionamento e a aprendizagem do cérebro das crianças e lançam as bases para a saúde e a felicidade delas no futuro.
De acordo com um estudo recente, cerca de 250 milhões de crianças em países em desenvolvimento correm o risco de um desenvolvimento precário devido ao atraso em seu crescimento e à pobreza. Apesar disso, o UNICEF alertou que crianças desfavorecidas que vivem em países de renda média e alta também estão em risco.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou nessa terça-feira (10) a campanha #PrimeirosMomentosImportam. Apoiada pela Fundação Lego, a iniciativa aumentar a consciência sobre a importância dos primeiros mil dias de vida de uma criança e o impacto das experiências precoces no cérebro em desenvolvimento.
Durante essa janela crucial de oportunidades, as células cerebrais podem fazer até mil novas conexões a cada segundo – uma velocidade única na vida. Essas conexões contribuem para o funcionamento e a aprendizagem do cérebro das crianças e lançam as bases para a saúde e a felicidade delas no futuro.
A falta de cuidado – que inclui nutrição adequada, estimulação, amor e proteção contra o estresse e a violência – pode impedir o desenvolvimento dessas conexões fundamentais.
A campanha começa com #EatPlayLove (#ComerBrincarAmar) – uma iniciativa digital e impressa dirigida a pais e cuidadores que traz as descobertas da neurociência sobre como os cérebros dos bebês se desenvolvem.
Os materiais de #EatPlayLove explicam a ciência de uma forma simples e visualmente interessante para incentivar pais e cuidadores a que aproveitem ao máximo essa oportunidade inigualável de proporcionar para suas crianças o melhor começo de vida possível.
Por meio do engajamento das famílias, a iniciativa também quer impulsionar a demanda por serviços de desenvolvimento infantil acessíveis e de qualidade, e influenciar os governos para que invistam em programas voltados para as crianças mais vulneráveis.
De acordo com uma recente série na prestigiada revista ‘The Lancet’, cerca de 250 milhões de crianças em países em desenvolvimento correm o risco de um desenvolvimento precário devido ao atraso em seu crescimento e à pobreza.
Mas a necessidade de maior investimento e ação no desenvolvimento infantil não se limita aos países de baixa renda. As crianças desfavorecidas que vivem em países de renda média e alta também estão em risco.
O UNICEF estima que milhões de crianças passam seus anos de formação crescendo em ambientes pouco estimulantes e inseguros, colocando em risco o seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional.
O investimento na primeira infância é uma das formas mais rentáveis de aumentar a capacidade de todas as crianças de atingir o seu pleno potencial – aumentando a sua capacidade de aprender na escola e, mais tarde, a sua capacidade de se sustentar como adultos. Isso é especialmente importante para as crianças que crescem na pobreza.
Um estudo de 20 anos mostrou que as crianças desfavorecidas que participaram de programas de desenvolvimento infantil de qualidade até os 3 anos de idade chegaram a ganhar até 25% a mais quando adultos do que seus pares que não receberam o mesmo apoio.
As intervenções para o desenvolvimento da primeira infância, como o pacote ‘Care for Child Development’ (Cuidado para o Desenvolvimento Infantil) – que inclui o treinamento de agentes comunitários de saúde para ensinar às famílias a importância de brincar com suas crianças de uma forma que estimule o desenvolvimento saudável –, podem custar apenas 50 centavos de dólar per capita ao ano, quando combinadas com serviços de saúde existentes.
O UNICEF está pedindo aos governos que aumentem os investimentos na primeira infância, ampliem os serviços sociais e de saúde oferecidos às crianças e reforcem os serviços de apoio aos pais e aos cuidadores.
A campanha faz parte do programa mais amplo do UNICEF sobre o desenvolvimento infantil, apoiado pela Fundação H&M, Fundação Conrad N. Hilton, Alex and Ani e Fundação Ikea.