25.2.10

Brisa com menos tráfego mas com mais lucros

in Jornal Público

A Brisa anunciou ontem um aumento de 6,4 por cento nos resultados líquidos durante o ano passado, ao mesmo tempo que propôs que o valor dos dividendos distribuídos aos accionistas se mantivesse inalterado e antecipou uma estagnação ou mesmo redução da circulação automóvel nas suas auto-estradas durante este ano.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa revelou que, em 2009, registou um lucro de 161 milhões de euros, um aumento de 6,4 por cento face a 2008. A empresa salienta que, apesar da "crise económica e financeira global que se vive em 2009", conseguiu "atingir os objectivos traçados no início do ano, em resultado de políticas de contenção de custos e de investimento, permitindo o crescimento da margem operacional".

O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) manteve-se, em 2009, nos 481,6 milhões de euros, enquanto o resultado antes da função financeira (EBIT) recuou 19,2 por cento para os 222,9 milhões de euros, "devido ao aumento das amortizações", refere a empresa. No ano passado, os proveitos operacionais caíram 1,3 por cento. A Brisa diz que o decréscimo se deve "à contabilização extraordinária, em 2008, de 23,9 milhões de euros referentes à compensação de cobrança de portagens na Circular Sul de Braga".

As receitas de portagem aumentaram 1,3 por cento face a 2008, atingindo os 590 milhões de euros, devido à "performance positiva da concessão Atlântico e da Brisal", sublinha a empresa. Contudo, o tráfego das concessões registou uma quebra de 0,4 por cento em 2009, face ao ano anterior, facto que é explicado pela empresa com a "deterioração da economia portuguesa" e com a "canibalização de novas concessões em especial da Scut da Costa da Prata".

Para 2010, se as Scut continuarem a ter portagens, a Brisa prevê uma redução da circulação nas suas auto-estradas de 1,5 por cento. Se, as portagens forem introduzidas, reduzindo a concorrência, poderá registar-se uma estagnação do volume de tráfego.

A Brisa anunciou ainda que o Conselho de Administração vai propor aos accionistas a distribuição de um dividendo de 31 cêntimos por acção, precisamente o mesmo valor distribuído no ano passado. Ainda assim, uma vez que os 31 cêntimos por acção representam um valor total de 186 milhões de euros, a distribuição de dividendos aos accionistas volta a ser superior ao valor dos lucros registados. Lusa