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Dirigentes políticos da União Europeia (UE) lançaram hoje, em Paris, o Ano Contra a Pobreza e a Exclusão Social, que afecta actualmente 80 milhões de europeus e que "tem tendência a aumentar em vários países".
No conjunto da UE, 17% da população "vive abaixo do limite de pobreza", segundo dados apresentados pelo comissário europeu do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, Lazlo Andor.
As estatísticas mostram disparidades dentro do espaço da UE, com alguns países a registar 20% da população abaixo da linha de pobreza, caso da Espanha, Grécia, Letónia e Lituânia.
Um outro dado salientado hoje, em Paris, foi o nível de pobreza entre pessoas que têm um emprego, situação que atinge mais de 10% da população em Portugal, Grécia, Letónia e Polónia.
A urgência de um plano europeu de longo prazo para combater a pobreza foi sublinhada pelo comissário Lazlo Andor, na sua primeira deslocação oficial como titular da pasta.
"Há os pobres entre os pobres"
O Ano Contra a Pobreza e a Exclusão Social inclui uma série de iniciativas, debates e programas que culminarão com a realização, em Dezembro, de uma Conferência de Consenso sobre os Sem Abrigo, anunciou Martin Hirsch, alto comissário francês para as Solidariedades Activas e Contra a Pobreza.
"Dentro das pessoas consideradas pobres, em França como no resto da Europa, há os pobres entre os pobres e chegou a altura de a Europa encarar a luta contra a exclusão social como um combate de longo prazo", defendeu.
Martin Hirsch frisou que "as desigualdades de rendimento aumentaram entre 2000 e 2008, mesmo se, a nível global europeu, a taxa de pobreza tenha permanecido estável" na última década.
"A Europa construiu-se em torno do objectivo da paz. Isso parece assegurado. Hoje, a Europa tem que colocar tanta energia como a que colocou para atingir a paz na luta contra a exclusão e a pobreza", pediu no início oficial da iniciativa comunitária.