in Jornal de Notícias
O órgão internacional da ONU para o controlo de estupefacientes alertou ontem, terça-feira, para a expansão das drogas usadas para cometer crimes sexuais.
No seu relatório anual, aquele mesmo órgão refere que se multiplicam as farmácias ilegais na internet, operando sobretudo a partir da Índia, onde são vendidos fármacos sujeitos a receita médica.
Está em crescendo o fenómeno das chamadas drogas de violação, que consiste na ministração de substâncias sem o conhecimento das vítimas para lhes diminuir a resistência. O alerta é dado pelo OICS, que chama também a atenção para o facto de os agressores tentarem contornar os controlos mais apertados ao utilizarem substâncias que não estão incluídas nas convenções internacionais relativas à vigilância de medicamentos e drogas.
Presentemente são raras as agressões sexuais feitas por quem tomava Rohypnol, mas outras substâncias psicotrópicas constituem uma "ameaça grave", indica o documento, dando como exemplo a quetamina e a GHB.
Para pôr um travão neste tipo de consumos, a comissão de estupefacientes apelou aos governos e aos laboratórios farmacêuticos para que incluem corantes e aromas a este tipo de substâncias, por forma a alertar potenciais vítimas, que assim saberiam que a sua bebida tinha sido alterada. Recorde-se que as drogas usadas para violação são sobretudo usadas em ambientes de diversão nocturna, sendo colocadas disfarçadamente no copo de bebidas.
O relatório anota que tem vindo também a aumentar o abuso de medicamentos sob receita, como a codeína, morfina e a metadona.