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O coordenador da Acção de Saúde para as Crianças e Jovens em Risco admitiu hoje que não é possível, nesta altura, cumprir a meta definida pelo Ministério da Saúde e instalar um núcleo de apoio em cada centro de saúde.
O coordenador da Acção de Saúde para as Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, faz um balanço positivo da implementação de Núcleos de Apoio às Crianças e Jovens em Risco nos centros de saúde portuguesesDe acordo com Armando Leandro a extensão destes núcleos a todo o país é «progressiva» porque «os profissionais não são tantos como seriam desejáveis»O coordenador do plano,Vasco Prazeres identificou à TSF as dificuldades que justificam o atraso na extensão dos núcelos a todo o país
O coordenador da Acção de Saúde para as Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro fez, esta terça-feira, um balanço positivo dos Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco (NACJR), mas explicou que por enquanto não é possível que estes se estendam aos agrupamentos dos centros de saúde de todo o país.
Em declarações à TSF, Armando Leandro realçou que a criação destes núcleos - cuja função é identificar casos de maus tratos a crianças e jovens que recorrem aos serviços médicos - «é uma medida muito relevante», prova de «uma nova visão» e de «novas possibilidades» na intervenção primária, no diagnóstico e «no acompanhamento da execução concreta de medidas».
De acordo com Armando Leandro, a extensão destes núcleos a todo o país é «progressiva» porque «os profissionais não são tantos como seriam desejáveis».
O Ministério da Saúde estabeleceu num despacho, em Dezembro de 2008, a total implementação da rede de Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco até ao final de 2010, mas até ao momento foram apenas instalados cerca de 140 núcleos em Portugal.
O coordenador do plano,Vasco Prazeres identificou à TSF as dificuldades que justificam este atraso, explicando que «há sempre dificuldades em termos profissionais».
«Nem sempre é fácil alocar recursos para equipas multidisciplinares. Para além disso, os constrangimentos geográficos podem, muitas vezes, dificultar o processo de funcionamento deste tipo de trabalho, que supõe reuniões, etc. Ainda não temos intranet a funcionar por todo o lado nem vídeo-conferências que possam ultrapassar as distâncias», explicou.
Entre Janeiro de 2008 e Junho de 2009 foram sinalizados, pelos centros de saúde, mais de 6 mil casos de maus tratos em crianças e jovens. Destes, 25 por cento foram encaminhados e acompanhados pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e 6 por cento foram dirigidos para os tribunais.