in Jornal de Notícias
Centenas de pessoas pernoitaram, quinta-feira, na cidade improvisada instalada na madrilena Puerta del Sol, no quinto dia de protesto que dá sinais de não parar apesar de, oficialmente, as concentrações ficarem proibidas desde a meia-noite de sábado.
A cidade improvisada, coberta com toldos, despertou, quinta-feira, com mais gente do que nas duas últimas noites, mantendo as rotinas de organização e distribuição de tarefas dos últimos dias.
Os manifestantes apelam a uma democracia participativa e querem uma alteração no sistema económico e político do país.
Pelas redes sociais e na própria praça continuam a ser pedidos víveres necessários para o trabalho do dia, neste caso com apelos a gasolina para os geradores e renovados apelos aos vizinhos da zona para que 'emprestem' o acesso ás suas redes wifi.
Um ambiente que demonstra algum desafio à decisão da Junta Eleitoral Central (JEC) espanhola que ao final da noite de quinta-feira declarou ilegais todas as mobilizações tanto no sábado, dia de reflexão, como domingo, dia de eleições municipais e regionais em Espanha.
A JEC considerou "contrárias à legislação eleitoral" aquelas "concentrações e reuniões" que decorram a partir da meia-noite de 21 de Maio e até ao fim da jornada de votações, no domingo.
Os manifestantes reuniram-se já em duas assembleias para debater a decisão, devendo sexta-feira voltar a faze-lo.
Elementos do movimento "Democracia Real Já", indicam no entanto que as manifestações e concentrações já assumiram uma natureza espontânea e que nem sequer é feita qualquer convocatória.
Cada cidadão, insiste, decide individualmente se vai ou não às praças das cidades espanholas.