23.1.12

ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ATIVO

in Crescendo

No contexto atual tem utilidade refletir sobre o envelhecimento ativo. Não apenas a Europa toda, mas em especial, o nosso País experimentam um envelhecimento galopante da sua população. O Portugal profundo, do interior, está a braços com a desertificação, onde apenas os idosos e reformados dão alguma sobrevivência aos casarios, às Igrejas, aos campos ainda amanhados pelos braços laboriosos de uma terceira idade que vai resistindo.

O cenário é decorrente e a realidade vai-nos alertando para novos motivos de reflexão. Devemos começar a olhar para o envelhecimento não apenas como uma realidade biológica, inevitável, mas sobretudo como oportunidade de maior longevidade e prolongamento da própria atividade. As reformas, depois dos 65 anos, não são apenas marcas do envelhecimento mas antes novas etapas da vida, que trazem novas oportunidades: valorizar esses novos tempos de vida, redescobrir novas aprendizagens para organizar a vida, e poder viver de modo diferente e melhor.

O envelhecimento ativo fará por contrariar os aspetos mais chocantes dos idosos e reformados, como sejam, o isolamento, a solidão, o afastamento da participação na vida familiar e na vida social. Não ter em conta as experiências de vida, os saberes dos idosos, será desperdiçar valores da cidadania e um património inalienável e sustentado da vida.

O Ano Europeu do Envelhecimento ativo deverá trazer à ribalta estas e outras oportunidades, como sejam: criar iniciativas concretas para a dignidade dos idosos, em especial, os que vão ficando dependentes, onde os cortes nas reformas e as ajudas solidárias não devem ser coarctadas, valorizar a solidariedade entre gerações, realçar a importância da transmissão de valores, experiências e sabedorias, que as gerações mais jovens podem usufruir.

Um Ano Europeu do Envelhecimento ativo deve contrariar e dar profunda ênfase à valorização dos idosos em contrapartida com a cultura do descartável, sintonizando com a sabedoria antiga, onde se afirma que ninguém é velho, “velhos são os trapos”. Assim, os idosos do nosso tempo podem e devem descobrir espaços cada vez mais ativos e intervencionistas na vida e na nossa sociedade.