É preciso "travar" vaga de emigração

por Paula Costa Dias, in RR

Só no ano passado saíram 120 mil. São pessoas qualificadas que ou não conseguem arranjar emprego em Portugal ou procuram mais-valias noutros países.

É preciso travar a vaga de emigração que está a acontecer no nosso país. O apelo saiu do encontro que decorreu em Fátima. A 12.ª edição do encontro nacional de formação de agentes socio-pastorais das migrações olhou para o que dizem os números quanto à saída de portugueses. Só no ano passado, foram 120 mil.

Segundo as estimativas oficiais, em 2011, cerca de 120 mil portugueses terão abandonado o país. Um número nunca atingido durante as décadas de maior emigração portuguesa como os anos 60.

São, contrariamente ao que aconteceu nessa altura, pessoas qualificadas que ou não conseguem arranjar emprego em Portugal ou procuram mais-valias em países como Angola, Brasil ou Reino Unido.

Muitos já não desejam voltar. Por isso, conclui o encontro, é urgente fomentar a cooperação entre todas as estruturas públicas, sociais e religiosas que apoiam os migrantes.

“As instituições de ordem cultural, social, as empresas e também os Governos precisam estar abertos a esta colaboração e a Igreja também, porque não se pode meter as pessoas num gueto”, defende D. Antonio Vitalino, da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

“Temos de ajudar as pessoas a serem cidadãos válidos na sociedade onde vivem”, acrescenta o responsável.

Uma nova realidade que exige também um novo paradigma que assuma as migrações como uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e global das sociedades de origem e de destino.