23.1.12

"UGT prestou um grande serviço ao país"

Joana Amorim, in Jornal de Notícias

'Se não fosse este acordo temia que pudesse haver uma grande desregulação do mercado laboral''A meia hora era trabalho escravo, porque não remunerado, ia provocar desemprego" 'A ruptura com a CGTP foi feita com grande elevação e com muito nível'Silva Peneda acredita que sem o acordo assinado nesta semana em Concertação Social, Portugal seria alvo de uma violenta desregulação do mercado laboral

O presidente do Conselho Económico e Social, casa da Concertação Social, não tem dúvidas. Sem o acordo assinado nesta semana, "as medidas de carácter laboral que o país iria ter seriam muito mais gravosas". Por isso tira o chapéu a João Proença. Ao JN, Silva Peneda considera que a questão da meia hora "foi um factor de perturbação", que o Governo emendou a mão no fim e que o presidente da República "meteu a mão na massa, indo ao pormenor, ao detalhe".

O acordo assinado em Concertação Social é um bom acordo?

É. O país encontra-se numa situação de tal modo complicada que nenhum Governo sozinho pode resolver os problemas. Exige uma co-responsabilização de múltiplos agentes económicos e sociais. A Concertação deve ser uma forma moderna de governação e no caso de Portugal assume uma importância crucial. Este acordo compromete as partes, mas também na sua execução. Definiu-se um rumo em que patrões, sindicatos e Governo estão comprometidos. Se, por exemplo, o Governo decidisse tomar alguma iniciativa que faz parte do acordo de forma isolada isso significaria a violação do acordo.