Por:André Pereira / Roberto Bessa Moreira, in Correio da Manhã
Há crianças a passar fome nas escolas portuguesas, com os pais a reclamarem da quantidade e qualidade das refeições servidas aos alunos. A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) revela que "existem empresas sob especial vigilância", enquanto a Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) considera "insuficiente" o número de funcionários das empresas de refeições a trabalhar nos refeitórios.
"Recebemos várias queixas de que a quantidade servida é insuficiente e que a sopa, por exemplo, não tem sabor", referiu Albino Almeida, presidente da Confap, garantindo que "o número de alunos a comer nas escolas vai aumentar, com a subida do preço dos transportes".
Adalmiro da Fonseca, presidente da ANDAEP, denuncia a falta de funcionários nos refeitórios. "Há empresas que não respeitam o rácio de alunos por funcionários. Isso reflecte-se na qualidade da comida", afirma.
Para a Confap, a situação vai agravar-se. "Estima-se que o aumento de alunos a comer nas escolas seja de 10 por cento", acrescentou Albino Almeida.
Uma das situações que gera queixas acontece no Jardim-de--Infância e Escola Básica nº 1 de Trás-as-Eiras, em Sobrosa, Paredes. "Uma vez entrei na cantina e percebi que a comida era pouca. Confrontei a professora e ela confirmou que era insuficiente", contou Leonor Leal, mãe de uma aluna. A autarquia, responsável pelo fornecimento das refeições, admite os problemas, mas diz que a situação se encontra "estabilizada".