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Maria José Morgado aponta baterias ao desperdício da Justiça, aos "milhões mal gastos" e diz que já há casos de fome no sistema. E lança críticas à proposta para o mapa judiciário em declarações à TVI24.
Maria José Morgado, directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, mostra cautelas em relação à proposta para o novo mapa judiciário. Ontem, à TVI24, esta responsável disse, ainda, haver já pessoas na Justiça a passar fome, por falta de investimento no sector.
"Gastaram-se milhões mal gastos. A máquina da justiça é um desperdício de falta de meios. Há muito boa gente disposta a lutar nos tribunais, mas não podemos ter magistrados, funcionários e polícias pés descalços e a passar fome nalguns casos já", afirmou, na TVI24.
Em relação à proposta para o novo mapa judiciário, que aponta para a extinção de 47 tribunais e juízos, Maria José Morgado diz esperar que "não passemos de um mapa judiciário do tempo de D. Maria II para o mapa judiciário do tempo das lancheiras e da casa às costas e dos processos flutuantes... aí haveria um efeito de naufrágio".
A directora do DIAP de Lisboa diz que os magistrados não podem ser itinerantes, "senão não podem responder pelos resultados dos seus trabalhos".
À TVI24, Maria José Morgado realçou, ainda, o "desperdício completo" e a "responsabilidade política" no "monstro administrativo" que é a Justiça. "Foi sendo gerada uma máquina de fabricar atrasos", disse. Por isso, concluiu, é necessário "resgatar a credibilidade" do sector.