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Mais de mil milhões de pessoas no mundo passam fome, denuncia a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). E as estatísticas assustadoras estão em crescimento: estes mil milhões representam um aumento de 25% em relação a 2005, e mais 100 milhões que em 2008, diz o director-geral de la FAO, Jacques Diouf. Se não se tomarem medidas urgentes, em 2025 poderá haver 2.300 milhões de pessoas a passar fome. Em Portugal, a coordenadora da Rede Europeia anti-pobreza, Sandra Araújo, alerta para a falta uma estratégia de fundo para lutar contra a pobreza.
Sandra Araújo disse à TSF que as medidas que foram tomadas apenas criaram "uma almofada social", e por isso é necessário outro empenho e uma estratégia de fundo para lutar contra a pobreza.
Sandra Araújo julga que os casos de pobreza aumentaram nos últimos anos, lembrando a existência dos novos pobres e da pobreza envergonhada.
Este sábado é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Recorde-se que as estatísticas mais recentes afirmam 18 em cada 100 portugueses são pobres e o desemprego é uma das principais causas de pobreza no país.
Segundo a organização Action Aid, quase um terço das crianças do mundo crescem desnutridas. E a cada seis segundos, uma criança morre de fome.
A organização culpa desta situação os preços alimentares elevados nos países em desenvolvimento e os parcos investimentos em agricultura nos países pobres.
O aumento da pobreza também é responsável pela chegada ao chamado mundo ocidental das doenças da pobreza, como a tuberculose, a malária, a doença de Chagas e as infecções tropicais: pelo menos 5% destas doenças dos países pobres afectam já os países ocidentais.
Também as estatísticas globais destas doenças são assustadoras: enquanto a sida mata três milhões de pessoas anualmente, a tuberculose mata dois milhões e a malária um milhão.